Viseu saiu à rua para a festa das artes

São pelo menos 24 horas, seis espectáculos e actividades para todos. A Festa Viseu a 01 do 06 começou às zero horas deste sábado e propõe uma viagem por espaços, e vivências na cidade

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Adesão do público superou expectativas do Teatro Viriato DR

A cidade está viva e o público é assaltado pela surpresa, ao experimentar novas sensações em locais que percorre no dia-a-dia.

 Tanto pode ser desafiado a escolher um caminho de olhos vendados como a descobrir o seu corpo em movimento. É também levado por viagens “brancas e vermelhas”, em que fios pendurados em árvores conduzem a memórias passadas. Há quem seja mais audicioso e construa um diálogo a 17 metros do solo.

É assim a Festa “Viseu a 01 do 06”. São muitas as intervenções artísticas que estão a “conquistar” pessoas e espaços no centro histórico da cidade. Trata-se de uma iniciativa organizada pelo Teatro Viriato que, neste primeiro dia de Junho, quis brindar Viseu com um evento centrado no espaço público e que envolve artistas locais, nacionais e internacionais.

Até à meia-noite, o teatro, a música, a dança e o novo circo vão continuar a surpreender e o espectador há-de ficar de olhos postos no céu. Suspenso a 17 metros do solo, o artista Olivier Roustan desafia a gravidade ao fazer uma travessia de 70 metros, em cima de um corda, entre as torres da Igreja da Misericórdia e a Sé Catedral de Viseu. A sua audácia é acompanhada ao som dos Drumming e da Banda Filarmónica de Ribafeita. Um espectáculo que evoca outro acto audicioso:  foi neste lugar que, há mais de quatro séculos, o inventor João Torto tentou a proeza de voar  com um sistema de asas por si inventado e fabricado.

A festa começou com com o projecto Esta é a minha cidade e eu quero viver nela, em que o público foi conduzido por espaços da cidade e acompanhado pela equipa artística do Teatro do Vestido. No Rossio, a  Carta coreográfica, de Madalena Victorino, retrata o olhar da coreógrafa “sobre o corpo, o movimento e a dança”. O novo circo anda espalhado pela Praça D. Duarte e a Orquestra Todos coloca um ponto final nas 24 horas de festa.

A adesão a este primeiro festival de artes em Viseu está a surpreender organizadores e público. “Estou surpreendida pela qualidade dos projectos e pelo facto de envolverem as pessoas. É a melhor forma de usufruir de momentos que, por vezes, não chegam a todos”, constatou Madalena Soares.

Esta é a primeira iniciativa de um projecto maior de intervenção artística que durará um ano e culminará num “grande festival”, a realizar de 29 de Maio a 1 Junho de 2014. Segundo Paulo Ribeiro, director artístico do Teatro Viriato, este é um trabalho que pretende afirmar-se “como uma marca distintiva e contagiante, com evidente impacto na promoção da região”. A festa, acrescenta, convida à participação “os habitantes da cidade, de todas as idades e quadrantes, assim como comerciantes, agentes turísticos e o tecido empresarial local, para que se transforme numa enorme experiência de qualidade cultural e contemporânea”.

 
 
 

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