Vila Real quer criar um núcleo local do Banco de Inovação Social

Criar projectos inovadores de combate aos grandes desafios sociais é o grande objectivo da autarquia.

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O isolamento dos idosos é considerado um dos grandes problemas de Vila Real Paulo Pimenta

Vila Real pretende criar uma Plataforma Operacional do Banco de Inovação Social (BIS) de forma a tentar encontrar novas soluções para velhos problemas para os quais os velhos remédios já pouco dão resposta. O desafio foi lançado pela autarquia a mais de 80 instituições e cidadãos ligados ao sector social local e regiona que responderam ao repto e se reuniram para, em conjunto, avaliarem as vantagens desta iniciativa.

Fazer uma “revolução social na região”, testando soluções inovadoras para os maiores problemas sociais, é o principal objectivo da vereadora para a Coesão Social e Igualdade da Câmara de Vila Real, Eugénia Almeida, nomeada para liderar esta plataforma. “Os modelos que tínhamos até agora não funcionaram, por isso a sociedade tem de se organizar de outra forma”, garantiu.

O projecto, ainda embrionário, pretende primar pela diferença ao permitir a diversas entidades em parceria com a autarquia, “com ideias criativas, sustentáveis e com uma visão da sociedade em rede, de empreendedorismo e inovação, trabalharem em conjunto na transformação da sociedade”, revelou Eugénia Almeida. Para as ideias passarem do papel à prática, o município terá de recorrer a fundos comunitários, mas, antes disso, a autarca recordou que outra das grandes metas deste trabalho em rede é “mudar o paradigma de que primeiro é necessário vir o dinheiro e só depois é que se trabalha”.

“É uma forma de trabalhar de baixo para cima. As pessoas têm de dar um pouco do seu trabalho para que a plataforma possa funcionar sob a forma de voluntariado e, só depois, recorremos a fundos. É uma forma diferente de pensar”, sublinhou.

A PO irá desenvolver, ainda, um programa de trabalho específico definido em função de um desafio social relevante no território para o qual as soluções tradicionais já não são eficazes. Em Vila Real, o drama social identificado foi o isolamento, disse Eugénia Almeida, recordando que o maior problema da região é a solidão dos idosos. “Mas que não podemos esquecer que os jovens desempregados ou as mulheres vítimas de violência também estão isolados”, acrescentou.

Depois de dado o pontapé de saída para o avanço da Plataforma Operacional do BIS em Vila Real, o segundo passo, agora, é a assinatura formal de uma carta de compromisso entre todos aqueles que queiram trabalhar para que esta plataforma seja uma realidade. Nesse sentido, o município já está a preparar outro encontro com as entidades interessadas na integração da plataforma.

Recorde-se que o BIS é uma plataforma informal e colaborativa, lançada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no dia 30 de Abril, que agrega actualmente 27 parceiros do sector público e privado com a missão de promover a inovação social, estimulando os diversos sectores da sociedade, incluindo os cidadãos, a participar e a colaborar na configuração de soluções inovadoras para os desafios sociais, sendo um projecto aberto a toda a comunidade interessada.

 

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