Vai haver Folia em Lousada

No festival vão ser exibidas peças nacionais e internacionais.

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Na próxima sexta-feira arranca a 15ª edição do Festival Internacional de Artes do Espectáculo. Folia, como é conhecido, decorre em Lousada e vai apresentar espectáculos até dia 2 de Maio.

A vila de Lousada é considerada o “coração do Vale do Sousa” e Luiz Oliveira, da direcção artística da Jangada Teatro, companhia responsável pela promoção do evento, explicou ao PÚBLICO que, com esta iniciativa, passou a ser possível partilhar uma “oferta cultural que só existia nos grandes centros, Porto e Lisboa”. Neste festival, para além de teatro, é possível assistir a diversos espectáculos.

É com ilusionismo que arranca o Folia. Pelas 21h desta sexta-feira, o Mágico Sopas apresenta o Close UP Magic, uma actuação que promove uma maior interactividade com o público, envolvendo magia com cartas, moedas, balões e outros objectos.

Meia hora depois, a peça American Way sobe ao palco para marcar o início do teatro no festival. O encenador, Fernando Moreira, explicou ao PÚBLICO que o espectáculo foi preparado de propósito para o evento e que “aborda a actualidade”. A comédia satírica usa a “ironia” para contar a história de uma família que decide emigrar. O pai sai do país pela segunda vez, os restantes membros pela primeira. As razões são diferentes das de há 30 anos. Desta vez, “o dinheiro que tinha nos bancos nacionais desapareceu”, adianta Fernando Moreira. Com esta peça, o encenador espera transmitir “uma mensagem inquietante que sirva para questionar ‘que país é este que estamos a construir?’”. Quem não conseguir assistir, pode voltar no dia seguinte, quando, à mesma hora, a peça volta a ser apresentada.

A companhia Peripécia Teatro, de Vila Real, apresenta Fardo no dia 26. É um ritual de passagem entre o sonho e o terreno, a vida e a morte. Já de Cabo Verde chega, no dia 27, Esquizofrenia, uma peça que explora os estigmas sociais e as doenças que estão relacionadas com a saúde mental.

Tartufo, uma das comédias de Molière mais conhecidas, é interpretada no dia 28 pela companhia A Barraca, de Lisboa. As relações humanas que envolvem a religião, o poder e a ascensão social são o foco principal da peça. No dia seguinte, conhece-se A Maior Flor e outras histórias segundo José, um espectáculo inspirado na obra de José Saramago que é levado a palco pela companhia portuense Teatro Art’Imagem.

A 1 de Maio, personagens-tipo vão desfilar no palco do festival numa espécie de Teatro de Revista com palhaços a representar o absurdo. A encerrar o Folia entra no palco O Farrusco, o telefone e eu da Ilha D’Arte, de Lisboa. Nessa comédia interpretada por Maria Henrique conhece-se Ângela, uma mulher de 40 anos que procura uma nova vida.

Mas para além de peças de teatro, o Folia apresenta mais programas. Quem visitar o festival nessa semana pode assistir a concertos, sessões de cinema, espectáculos de dança e a uma exposição de marionetas aberta todas as noites dessa semana.

Rita Red Shoes e Allma a dois vão marcar presença e apresentar as suas músicas em concertos acústicos. O cineasta português Abi Feijó vai apresentar cinema de animação e a dança é da responsabilidade da escola Merenguita, em Penafiel.

As crianças não ficam esquecidas e o Folia vai ser seguido pela 5ª edição do Foliazinho, de 5 a 9 de Maio. Luiz Oliveira considera importante a ligação dos mais novos ao mundo do espectáculo na medida em que “são as artes que transformam o ser humano em ser pensante”. A programação ainda não foi revelada mas o lado lúdico vai continuar a aliar-se ao didáctico. No fundo, Luiz Oliveira espera que “estes jovens sejam o público do futuro.”

Este ano existiu uma maior aposta na promoção do evento e, com isso, Luiz Oliveira explica que espera que em 2015, tal como no ano anterior, haja um aumento de espectadores, reconhecendo que “há pessoas do Porto, Braga e Guimarães que vêm de propósito” até Lousada para assistir ao Folia.

Os bilhetes para a maior parte dos programas custam 4 euros. No entanto, a entrada é gratuita para assistir à sessão de cinema, ao concerto dos Allma a dois, ao espectáculo de ilusionismo, às danças de salão e para visitar a exposição. O concerto de Rita Red Shoes é o que tem um preço mais elevado – 8 euros.

Desde a sua primeira edição, há 15 anos atrás, o Folia já foi visitado por 32.714 espectadores e apresentou 290 espectáculos.
 

Texto editado por Ana Fernandes

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