Urgência pediátrica de Barcelos está comprometida, diz Ordem dos Médicos

Segundo a Ordem dos Médicos, a falta de pessoal está a prejudicar o atendimento e tratamento de doentes.

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A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos alerta para que apenas um médico garante o serviço de urgência pediátrica Nelson Garrido

A Secção Regional do Norte (SRN) da Ordem dos Médicos (OM) alertou hoje para a precariedade de funcionamento da urgência pediátrica do Hospital de Barcelos que considera mesmo estar “comprometida”.

“As equipas do serviço de urgência de pediatria normalmente eram constituídas por dois pediatras e por um colega tarefeiro de Medicina Geral e Familiar (MGF). Desde 01 de Abril, a equipa de urgência ficou privada do colega de MGF. A partir de 01 de Junho, apenas ficou com um médico pediatra que realiza um horário de 12 horas no serviço de urgência”, revelou, em conferência de imprensa, o presidente da SRN da OM, Miguel Guimarães.

Além do único médico pediatra, o responsável alertou para que, também em termos de clínica geral, muitas vezes se encontra uma pessoa de serviço quando estão “previstos três”. Esta situação faz com que os doentes esperem “até cinco e sete horas”.

Miguel Guimarães acrescentou ainda que uma das situações mais graves no Hospital de Barcelos ocorre nos serviços de Ortopedia, onde “os doentes traumatizados aguardam muitas vezes mais de uma semana para serem tratados”. O menor número de profissionais faz com que “as cirurgias programadas sejam sucessivamente adiadas”, acrescentou, notando que “o serviço de anestesia tem apenas dois especialistas, o que significa que, quando um está de férias, fica apenas um de serviço”.

A este conjunto de críticas, Miguel Guimarães acrescentou ainda que, “no período das 20:00 às 08:00, os doentes de ortopedia” ficam “entregues à instituição”, já que os “pós-operatórios imediatos de cirurgias invasivas, como artroplastias ou revisões de artroplastias” não contam com “o apoio de um especialista de ortopedia”.

O responsável lamentou ainda as práticas recentes, afirmando que “A limitação nos quadros tornou prática habitual a realização de cirurgias com apenas um cirurgião presente. O ajudante fica na consulta externa. Esta prática já se estendeu à cirurgia de ambulatório de ortopedia e otorrinolaringologia”.

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