Um best of da música portuguesa em Vila Real neste fim-de-semana

Rock Nordeste, que acontece entre esta sexta-feira e sábado, é um festival “com duas caras”: entre a cidade e o rio Corgo.

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Linda Martini são um dos nomes do cartaz NUNO FERREIRA SANTOS

O Rock Nordeste, que acontece este fim-de-semana em Vila Real, é um festival de música entre a cidade e a natureza. Com um palco junto ao teatro municipal e outro no parque do rio Corgo, o evento tenta conjugar o melhor dos dois mundos em que habitualmente acontecem os festivais de Verão. O cartaz da edição deste ano reúne uma espécie de “best of” da música portuguesa independente com Linda Martini, Orelha Negra e B Fachada, nomes com que a organização espera atrair cerca de 22 mil pessoas.

Este é um festival “com duas caras”, ilustra Ilídio Marques, da promotora Covilhete na mão, que organiza o certame, no sentido em que os dois palcos do Rock Nordeste estão instalados em ambientes distintos, mas ainda assim muito próximos – a uma distância de cerca de dois minutos a pé. O palco secundário do Rock Nordeste está instalado no auditório exterior do Teatro Municipal de Vila Real, num ambiente urbano, ao passo que o palco secundário fica situado no parque Corgo, uma área de lazer de 30 hectares, na margem esquerda do rio Corgo. “Há uma ampla zona relvada e arborizada e uma relação com o rio que dá um lado de natureza ao festival”, acrescenta o mesmo responsável.

O Rock Nordeste é uma iniciativa da Câmara de Vila Real e vai para o seu terceiro ano. A organização apresenta-o como “a melhor edição de sempre” por força do cartaz que foi capaz de construir. “Houve uma maior aposta na programação musical”, afirma Ilídio Marques, para justificar um programa onde pontificam “nomes maiores da música portuguesa”. A organização espera, por isso, receber cerca 22 mil pessoas num evento que é totalmente gratuito e que já praticamente esgotou a hotelaria com oferta mais barata na cidade e tem feito crescer as taxas de ocupação das restantes unidades.

O festival Rock Nordeste começa esta sexta-feira com Can Cun, uma banda de Vila Real que é o nome menos conhecido do cartaz, mas que a organização apresenta como “uma aposta na produção local”. O trio, formado em 2014, faz uma música entre o dream pop e o rock dos anos 1990, tendo acabado de lançar o seu EP de estreia. Na primeira noite tocam ainda nos palcos do festival transmontando Sean Riley & The Slowriders, que este ano regressaram aos discos, com um álbum homónimo, e DJ Ride, um dos DJ’s mais inventivos do panorama nacional.

O principal nome da noite de abertura do festival são os Linda Martini, verdadeira banda de culto do rock nacional, fruto de uma carreira consistente começada em 2005 e que este ano acrescentam “Sirumba”, o quarto álbum de originais. No dia seguinte tocam os outros principais destaques desta edição, como os Orelha Negra, colectivo baseado em Lisboa que cruza género e influências, do hip-hop ao funk, sem tirar os olhos do rock. A banda regressou este ano aos concertos, estando a apresentar ao vivo os temas que fazem parte de um novo disco, que sairá em breve.

Para a segunda noite está também agendado o concerto de outro dos grandes nomes da nova música nacional, B Fachada, senhor de uma prolífica carreira com mais de uma dezena de registos editados, entre os quais gravou algumas das mais marcantes canções portuguesas da última década. Além destas duas propostas, o dia de sábado do Rock Nordeste reserva ainda espaço para a dupla Best Youth, o projecto Noiserv, do multinstrumentista David Santos, o vigor rítmico dos PAUS ou Branko, DJ e produtor que pertenceu aos Buraka Som Sistema. 

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