Últimos 12 trabalhadores dos estaleiros começaram a receber cartas de despedimento

Os doze trabalhadores têm cinco dias para nomear os respectivos representantes neste processo de despedimento, seguindo-se mais cinco dias para a negociação.

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Bruxelas suspeita que Estado terá financiado ilegalmente os estaleiros de Viana do Castelo Paulo Ricca

Os doze trabalhadores dos Estaleiros de Viana que não chegaram a acordo para a rescisão voluntária dos contractos estão a receber as respectivas cartas de despedimento, que pode ser concretizado dentro de 25 dias.

De acordo com o teor das cartas enviadas pela administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) a estes trabalhadores, confirmado esta segunda-feira pela Lusa, o despedimento é justificado pelo encerramento da empresa e a consequente cessação dos postos de trabalho. <_o3a_p>

Estes trabalhadores têm cinco dias para nomear os respectivos representantes neste processo de despedimento, seguindo-se mais cinco dias para a negociação. A comunicação estipula mais quinze dias para a eventual impugnação dos fundamentos invocados pela empresa. <_o3a_p>

Estes últimos doze trabalhadores não aceitaram as condições no plano social proposto pela administração dos estaleiros, para rescisão amigável dos contractos no âmbito do encerramento da empresa e da subconcessão dos terrenos e infra-estruturas ao grupo Martifer. <_o3a_p>

A este plano, envolvendo mais de trinta milhões de euros em indemnizações e que esteve em vigor entre 20 de Dezembro e 21 de Fevereiro, aderiram 596 trabalhadores. No entanto, um desses acabou por recuar no acordo, totalizando doze o número de trabalhadores que os estaleiros pretendem despedir. <_o3a_p>

A administração da West Sea - criada pela Martifer - acertou com os ENVC que assumirá a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas daquela empresa pública a partir de 01 de maio, confirmou à Lusa o próprio presidente do grupo privado. <_o3a_p>

"Acertamos com a administração dos ENVC que este processo da transferência e da posse do espaço ficará concluído até 30 de Abril. Ou seja, a ideia é a partir de 01 de maio nós estarmos a trabalhar em 'full', com a totalidade das infra-estruturas dos estaleiros nas nossas mãos", disse, a 17 de Março, Carlos Martins. <_o3a_p>

Até 30 de Abril a administração dos estaleiros ainda terá de concluir a venda de vário material móvel da empresa - cerca de 20 mil itens - que ficou fora do concurso da subconcessão. Esse processo será assegurado por cerca de 40 trabalhadores dos ENVC, que, à semelhança dos restantes mais de 550, aceitaram as rescisões amigáveis dos contractos mas continuam ao serviço. <_o3a_p>

Ainda de acordo com Carlos Martins, a prioridade de recrutamento imediata pela West Sea prende-se com a área da reparação naval, que poderá avançar depois de maio. A empresa tem em curso a contratação, desde já, de 60 trabalhadores para este sector, nomeadamente entre os antigos funcionários dos ENVC. <_o3a_p>

A chamada dos restantes, face ao "compromisso" da empresa de chegar aos 400 postos de trabalho criados em Viana do Castelo, acontecerá "ao longo do tempo", dependendo das encomendas. <_o3a_p>

O prazo para a concretização deste recrutamento, explicou o líder do grupo Martifer, está sobretudo dependente do desfecho da decisão sobre o local da construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, encomendados aos ENVC em 2011 por 128 milhões de euros. <_o3a_p>

A West Sea diz-se "disponível" para "participar" nessa construção, admitindo Carlos Martins que se isso acontecer "mais rapidamente" poderá a empresa chegar ao nível de emprego anunciado para o projecto de Viana do Castelo. <_o3a_p>

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