Três escolas e um edifício de habitação distinguidos com o Prémio Valmor

Prémios municipais de arquitectura são entregues nesta segunda-feira e referem-se aos anos de 2010 a 2012.

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A Escola Francisco de Arruda foi uma das três distinguidas com o Prémio Valmor Enric Vives-Rubio

A requalificação de três escolas, pela empresa Parque Escolar, e a alteração de um edifício de habitação na Calçada do Combro, projectada pelo arquitecto João Luís Carrilho da Graça, são os mais recentes vencedores do Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura, atribuído pela Câmara de Lisboa.

A entrega dos prémios, referentes aos anos de 2010, 2011 e 2012, realiza-se esta segunda-feira, às 19h, numa cerimónia presidida pelo presidente da Câmara de Lisboa. O júri avaliou um total de 572 obras, tendo decidido atribuir quatro prémios e oito menções honrosas.

Relativamente ao ano de 2010, foi premiada a “alteração de um edifício de habitação”, situado na Calçada do Combro, projectada por Carrilho da Graça. Na memória descritiva, o arquitecto explica que a obra abrangeu dois prédios distintos (um na calçada e outro na Travessa Condessa do Rio) que eram contíguos e se encontravam “interligados funcionalmente”, que passaram a constituir “uma só unidade orgânica e funcional, com características morfológicas e construtivas comuns”.

“Sem nunca deixar de assumir a contemporaneidade da intervenção, procurou-se minimizar o impacto das alterações propostas, criando um diálogo positivo com as pré-existências”, descreve Carrilho da Graça, acrescentando que essas alterações “permitiram sobretudo resolver e requalificar situações e espaços, que se apresentavam descaracterizados”. Quanto aos usos, na antiga unidade industrial, onde funcionava uma gráfica, existem agora habitações, dotadas de estacionamento subterrâneo.

O arquitecto Carrilho da Graça já tinha sido distinguido com o Prémio Valmor em 1998, com o Pavilhão do Conhecimento dos Mares, e em 2008, com a Escola Superior de Música de Lisboa.       

Em relação a 2010, foram ainda atribuídas duas menções honrosas: uma à requalificação da Escola Básica e Secundária de Passos Manuel, da autoria de Victor Mestre e Sofia Aleixo, e outra à ampliação de um edifício de habitação na Calçada do Galvão, da autoria de Manuel Aires Mateus.

Quanto ao ano seguinte, o júri distinguiu a requalificação, pela Parque Escolar, de duas escolas secundárias com 3.º ciclo e de uma escola básica. Os estabelecimentos de ensino premiados foram as escolas Vergílio Ferreira (Atelier Central), em Carnide, Rainha D. Leonor (Atelier dos Remédios), em Alvalade, e Francisco Arruda (arquitecto José Simões Neves), em Alcântara. Esta última obra já tinha sido distinguida, em 2012, com o Prémio Secil de Arquitectura.

Esta é a primeira vez que o Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura foi entregue a estabelecimentos de ensino não superior.  

Quatro projectos receberam menções honrosas: a alteração de um edifício de habitação na Rua de São Bento (da autoria de Sara Oliveira Ribeiro), a Fundação Champalimaud (de João Pedro Fernandes Abreu e Paulo Daniel Amorim Teixeira), a expansão do Oceanário de Lisboa (de Pedro Campos da Costa) e a Escola Secundária António Damásio (de Manuel Taínha).

Em relação a 2012, o júri decidiu não atribuir o prémio. Foram distinguidas com menções honrosas a construção de um edifício de habitação na Rua Conde das Antas, da autoria de Samuel Ruiz Torres de Carvalho, e a ampliação de um edifício de habitação na Rua Rosa Araújo, da autoria de Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus.

Integraram o júri os arquitectos António Marques Miguel (pela Academia Nacional de Belas Artes), Duarte Nuno Simões (nomeado pelo presidente da Câmara de Lisboa), Luís Afonso (pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa) e Manuel Graça Dias (pela Ordem dos Arquitectos Portugueses), a vereadora Catarina Vaz Pinto e o director municipal de Planeamento, Reabilitação e Gestão Urbanística, Jorge Catarino Tavares (como comissário técnico-científico, sem direito de voto).  

O Prémio Valmor é atribuído desde 1902 (na sequência de indicações deixadas no testamento do último visconde de Valmor, Fausto Queiroz Guedes), ano em que foi distinguido o Palácio Lima Mayer, na Avenida da Liberdade. Em 1982 este galardão foi associado ao Prémio Municipal de Arquitectura e 11 anos depois o regulamento foi reformulado, para passar a incluir a área de arquitectura paisagista.

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