Transportes públicos de Matosinhos vão ser alvo de inspecção extraordinária

Situação da transportadora Resende preocupa o município e a Área Metropolitana, que se reuniu com o IMT.

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A 6 de Outubro deste ano um autocarro da Resende esteve envolvido num acidente grave Hugo Santos / Publico

O serviço de transporte público rodoviário no município de Matosinhos vai ser sujeito a uma inspecção extraordinária por parte do Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT). A decisão foi tomada numa reunião entre a Área Metropolitana do Porto, que tem poderes de autoridade de transportes nos seus concelhos, e o IMT, na qual foi analisada a situação naquele concelho, onde o principal operador, a Resende, tem sido alvo de muitas queixas sobre a qualidade do serviço e do material circulante, e teve um autocarro envolvido num acidente ciom uma vítima mortal, no início deste mês.

O assunto era um dos temas da agenda do conselho metropolitano do Porto, que se realizou esta sexta-feira. O vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Eduardo Pinheiro, lembrou que a empresa e o município assinaram um acordo para a renovação das licenças de operação que implica, por parte do operador, a renovação da frota. Mas mostrou-se muito preocupado quanto à capacidade da transportadora, face a inúmeros acontecimentos que vão sendo denunciados pelos utentes, que se queixam de avarias constantes e até de incêndios em viaturas.

Nessa reunião entre a equipa da área metropolitana responsável pelos transportes e o IMT foi também analisada a regulamentação do transporte turístico, que não foi incluída nas competências da autoridade metropolitana de transporte. O presidente da Câmara, Rui Moreira insistiu que o município deve ter capacidade de decisão sobre vários aspectos da operação destes serviços, para impedir, por exemplo, que autocarros como os da Carristur possam circular nas faixas bus, prejudicando a velocidade comercial da STCP. Segundo Avelino Oliveira, da Área Metropolitana, o próprio IMT tinha dúvidas sobre o enquadramento legal deste serviço de transportes e o assunto vai voltar a ser analisado numa nova reunião.

Coliseu ainda com problemas de financiamento

O presidente da Câmara do Porto exortou também os seus homólogos dos restantes municípios a tomarem uma posição sobre o financiamento da actividade do Coliseu do Porto. Gerido por uma associação que tem como fundadores a autarquia portuense, a própria AMP e o Ministério da Cultura, que indicam, rotativamente, o presidente daquela entidade, este equipamento está impedido, por lei, de receber apoios financeiros das autarquias ou da Área Metropolitana. Por sugestão de Moreira, vai ser pedida uma reunião com o Ministério da Cultura e proposto uma alteração legal que ponha cobro a este impedimento. De outro modo, disse o autarca, o Governo tem de assumir, sozinho, os custos de funcionamento daquele espaço. 

Neste momento, a única forma de apoiar o Coliseu é a contratação de espectáculos e eventos, ou a compra de bilhetes para a programação regular do espaço. O Porto tem feito esse trabalho, mas o mesmo não acontece com os restantes municípios. O presidente da Câmara de Santo Tirso considerou que a Área Metropolitana não pode ter uma visão centrada no Porto, e pediu que fosse dado a equipamentos noutros concelhos o mesmo tratamento, desde que se entenda que a sua existência é relevante no contexto metropolitano.  

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