Algumas dezenas de trabalhadores da STCP juntaram-se na manhã desta terça-feira em frente à estação de metro da Trindade, no Porto, para protestarem contra a concessão da operação da empresa a privados, já anunciada pelo Governo. A seu lado estavam representantes do PCP, como o deputado Jorge Machado, e o coordenador do Bloco, João Semedo, que pediu o envolvimento da população para travar esta decisão do executivo de Passos Coelho.

Quer Semedo, quer o comunista Jorge Machado consideram que o negócio será ruinoso para o Estado – que fica com os custos da dívida da empresa, como acontece já com o metro do Porto – mas também para os utentes. Ambos seguem os receios da comissão de trabalhadores da STCP, que considera uma impossibilidade que o anunciado fim das indemnizações compensatórias não origine uma subida do preço dos transportes.

A concessão da STCP era uma das medidas inscritas no acordo com troika, mas o processo foi resvalando ao longo dos três anos do programa de ajustamento. O Governo fundiu a administração das duas empresas, mas acabou por decidir, recentemente, que afinal a concessão das mesmas vai avançar em separado. Nesta terça-feira, foi publicada em Diário da República a autorização para lançar os concursos públicos, aprovada na semana passada em Conselho de Ministros.

O metro é já operado por um privado, desde o seu primeiro dia de funcionamento, e o actual contrato termina no final do ano, o que deve obrigar o Estado a negociar um prolongamento do mesmo por mais um ano.

No caso da STCP, o Governo ignorou os apelos de algumas autarquias do Grande Porto, que se mostraram contra a concessão. Esta manhã, João Semedo acusou o município liderado por Rui Moreira de se ter mantido em silêncio perante um processo que, considera, vai prejudicar os habitantes da cidade.