Trabalhadores da Scotturb marcam nova greve para 4 e 5 de Dezembro

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Sindicato diz que adesão à greve ronda os 80% Foto: Miriam Lago

Os trabalhadores da empresa de transporte rodoviário Scotturb, de Cascais, que estão nesta quarta-feira a fazer uma greve de 24 horas, marcaram uma nova paralisação para os dias 4 e 5 de Dezembro.

Segundo Luís Venâncio, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, a adesão à greve, que teve início às 3h desta quarta-feira, ronda os 80% e está a afectar a circulação das carreiras em Sintra, Cascais e Oeiras (que transportam diariamente mais de 68 mil passageiros, segundo números disponíveis no site da empresa).
As primeiras horas da paralisação foram marcadas por alguns distúrbios entre os trabalhadores e a GNR. Segundo o sindicalista, por volta das 5h30, hora a que saiu o primeiro autocarro, os militares da GNR impediram o piquete de greve de abordar os trabalhadores que estavam a iniciar o dia de trabalho.

“Quando me preparava para abordar o meu colega, os militares saíram das carrinhas e mandaram-me sair dali e empurraram-me, dizendo que não podia estar naquele local”, descreveu Luís Venâncio, que fala numa “carga policial”.

A actuação da GNR “aniquila por completo a intervenção do piquete, que visa esclarecer e tentar persuadir o trabalhador a aderir à greve”, afirmou.

A GNR, porém, não confirmou esta situação. O oficial de dia do Comando Geral da GNR disse à Lusa que “os trabalhadores que estão em greve tentaram impedir autocarros” de sair das instalações da empresa. No entanto, adiantou “não conseguir confirmar” se houve agressões dos agentes da autoridade aos trabalhadores.

Reunidos em plenário ao início da manhã, os funcionários decidiram agendar para 4 e 5 de Dezembro uma nova paralisação, caso a administração da empresa “mantenha a posição de não se reunir com os trabalhadores e de não dar resposta aos problemas”, disse Luís Venâncio.

Os trabalhadores exigem actualizações salariais e melhores condições de segurança e de higiene, nomeadamente a instalação de infra-estruturas sanitárias em todos os terminais. Pedem também que sejam colocadas cabines de protecção aos motoristas nas viaturas que circulam em “zonas identificadas como de maior risco”.

Os trabalhadores exigem também que a empresa arquive um processo disciplinar levantado na sequência de um caso ocorrido durante a última greve, a 3 de Outubro, no qual um funcionário está acusado de ter agredido outro que não aderiu à paralisação.

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