Trabalhadores da Santa Casa protestaram em Lisboa por melhores salários

Cerca de 150 trabalhadores de vários sectores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) manifestaram-se hoje frente à sede da instituição, em Lisboa, para exigir actualização de salários e melhores condições de trabalho.

Os trabalhadores realizaram nesta sexta-feira a primeira greve da Santa Casa, o que, segundo os sindicatos, levou ao encerramento de vários equipamentos e deixou outros a realizar serviços mínimos, mas que, de acordo com a instituição, registou uma adesão de 12,76% do universo total dos cinco mil funcionários.

Para Alcides Teles, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, esta jornada de luta “é a demonstração de descontentamento dos trabalhadores que aderiram massivamente à greve”.

“Os trabalhadores não têm aumento salarial desde 2009. Os trabalhadores não têm progressão na carreira desde 2007. Nós assinámos o acordo de empresa com o provedor [da Santa Casa, Pedro Santana Lopes] em 2013. Esse acordo prevê a revisão das tabelas salariais e o descongelamento das progressões salariais. Esqueceram-se que tinham assinado isso e a estagnação profissional continua”, disse o sindicalista.

Alcides Teles referiu que outra luta dos trabalhadores é a extensão do horário de 35 horas semanais a todos os funcionários.

“Há só 750 trabalhadores dos cinco mil que não fazem o horário das 35 horas. Temos 4.300 a fazer 35 horas semanais e 750 proscritos a fazer 40 horas. Não aceitamos, não fazem sentido”, afirmou.

O sindicalista realçou, ainda, que há nove equipamentos do Instituto de Segurança Social que são geridos pela Santa Casa até 30 de Setembro, desconhecendo-se o que vai acontecer depois desta data a cerca de 300 trabalhadores.

Em relação aos “nove equipamentos que permanecem sob gestão temporária da SCML, e que empregam perto de 150 trabalhadores da Função Pública", a Santa Casa refere, no seu sítio na internet, estar "previsto que, até 30 de Setembro de 2015, tal como define o protocolo celebrado entre o ISS [Instituto da Segurança Social] e a Misericórdia, seja tomada uma decisão, por parte do ISS, sobre a entidade gestora definitiva”.

No protesto, o microfone foi aberto a todos os trabalhadores que quiseram explicar porque estavam ali.

Além dos salários e das carreiras, os trabalhadores queixaram-se principalmente da falta de condições e de pessoal nas instituições geridas pela Misericórdia de Lisboa.

Os funcionários assobiavam sempre que alguém espreitava por detrás das janelas do edifício sede da Santa Casa e gritaram palavras de ordem como “Queremos direitos”, “A luta continua, Santana para a rua” e “Está na hora de o Santana ir embora”.

 

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