Sub-região de produção de Alvarinho candidata a cidade europeia do vinho 2015

A candidatura envolveu um investimento de três milhões de euros. A concurso vão estar mais duas regiões: Alentejo e Bairrada. A decisão será conhecida no dia 24 de Novembro.

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Promotores da candidatura querem que o vinho seja uma âncora do desenvolvimento Adriano Miranda

As câmaras de Monção e Melgaço candidataram a sub-região onde é produzida a “mais nobre das castas brancas portuguesas, a Alvarinho”, a cidade europeia do vinho 2015. Os presidentes destes dois municípios acreditam que a escolha desta sub-região vai potenciar a “afirmação do território como região vinhateira de excelência a nível nacional e internacional”. Sendo esta uma “zona exclusiva de produção com uma forte tradição na cultura do vinho e da vinha”, a candidatura visa o seu posicionamento a nível europeu e mundial “como uma das regiões vitivinícolas de reconhecida qualidade, reforçando, simultaneamente, a cultura do vinho. enquanto parte integrante da identidade colectiva”.

A candidatura envolve um investimento de três milhões de euros e existe muita expectativa em relação à decisão que será conhecida no próximo dia 24 de Novembro. Em apreciação vão estar três candidaturas em representação de três regiões: Sub-região do Alvarinho, região da Bairrada e região do Alentejo. Enquanto a decisão não é conhecida, os presidentes das câmaras de Monção e de Melgaço promoveram esta quinta-feira uma visita à sub-região do Alvarinho com passagens por três locais considerados emblemáticos.

A primeira etapa da visita foi o Palácio da Brejoeira, um ex-líbris da região, situado na freguesia de Pinheiros, concelho de Monção. Património Nacional desde 1910, por lá se plantam 14 hectares de vinha de casta Alvarinho, que Hermínia Paes, a proprietária do palácio transformou num dos mais emblemáticos vinhos da sub-região de Monção e de Melgaço. Hoje, com 86 anos, Hermínia Paes vive numa das alas do palácio, uma prenda que o seu pai, Francisco d´Oliveira Paes lhe ofereceu quando completou 20 anos de idade.

Segunda paragem: Quinta da Pedra, onde anualmente se plantam m 42 hectares de casta Alvarinho. A quinta foi comprada pelo proprietário, Carlos Dias, à UNICER e transformada num espaço muito moderno onde o vinho verde Alvarinho é tratado cuidadosamente. Dos 45 hectares, 35 foram reconvertidos em 2011. A aposta desta marca quinta é a qualidade. A vindima aqui, por exemplo, é feita por duas vezes: na primeira apanham-se os cachos das varas maduras e quinze dias depois apanham-se as restantes. Desta forma, afirma, Miguel Alves, consegue-se obter "perfis de vinho completamente diferentes”. Mas para além da qualidade, a Quinta da Pedra, prima também pelo design.

As garrafas têm a assinatura do proprietário, que viveu duas décadas no estrangeiro. Por lá entregou-se à moda, mas a sua vida também se cruzou com a minúcia dos relógios, um negócio que lhe rendeu muito dinheiro. De regresso a Portugal, comprou a quinta e apostou definitivamente nos vinhos. Mas não só. A saúde é outras das suas áreas de negócio. Tem actualmente 40 empresas e mil funcionários.

Do périplo fez ainda parte uma passagem pelo Solar do Alvarinho, em Melgaço, um espaço onde já funcionou a câmara municipal, uma escola e até, imagine-se, uma prisão. A Quinta do Solheiro foi a última etapa desta visita à sub-região do Alvarinho, que teve o apoio da Comissão de Coordenação de e Desenvolvimento Regional do Norte. De menor dimensão, esta quinta é responsável pela primeira marca de Alvarinho em Melgaço. Trata-se de uma empresa familiar e a primeira vinha surgiu na década de setenta. 40% da produção é para exportação e o vinho Soalheiro Clássico e Soalheiro Reserva já chega a 20 países.

O professor Álvaro Campelo, o coordenadora da candidatura da sub-região do Alvarinho a cidade europeia do vinho 2015 disse ao PÚBLICO que, independentemente da decisão do júri, será criada uma “cultura do vinho, responsável, e uma grande âncora de desenvolvimento da região”.

A candidatura da sub-região do Alvarinho tem como embaixadores o arquitecto Álvaro Siza Vieira, a artista plástica Joana Vasconcelos e o maestro Rui Massena, entre outras personalidades ligadas à gastronomia e à enologia. 

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