Sociais-democratas do Sobral de Monte Agraço querem novo traçado para a Linha do Oeste

Moção vai ser enviada ao Presidente da República, ao Governo e aos grupos parlamentares.

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Torres Vedras é uma das cidades que ganhará com o novo serviço na Linha do Oeste rita chantre

A Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço aprovou, esta semana, por unanimidade, uma moção em que defende que as “melhorias” que o Governo já anunciou para a Linha do Oeste devem sempre passar pela alteração do traçado desta via ferroviária, para que “o investimento previsto não seja desperdiçado”.

O documento, apresentado pela vereadora social-democrata Vânia Baltazar, considera que o actual traçado da Linha do Oeste até ao Cacém “continua ineficaz” e defende “um novo traçado a partir da Malveira, pelo Vale do Trancão até à Linha do Norte em Sacavém, de modo a transportar os passageiros directamente para Lisboa e aproximar a produção do Oeste dos principais portos de exportação”.

Recorde-se que esta possibilidade chegou a ser estudada pela Refer e a ser incluída no pacote de compensações pela mudança do futuro aeroporto da Ota para a zona do Campo de Tiro de Alcochete, mas nunca avançou.

Agora, a moção apresentada pela autarca social-democrata de Sobral de Monte Agraço (concelho servido pela estação de Pero Negro e pelos apeadeiros da Gozundeira e de Sapataria), recorda que a Linha do Oeste, construída entre a Figueira da Foz e Lisboa, serve “áreas urbanas de média densidade e um território com uma grande produção agrícola e industrial. Viveu o seu auge no século XX, tendo perdido importância nas últimas décadas, em resultado da sua não adequação aos novos tempos, e da sua não inclusão sistemática na priorização dos investimentos ferroviários que o Estado tem vindo a realizar”.

O documento admite que foram delineadas “melhorias” para esta Linha pelo actual Governo, mas sublinha que “o seu traçado continua ineficaz, pois há uma ausência de ligação directa à capital, quer com interface aos transportes urbanos, quer ao porto de Lisboa”, o que “condiciona e torna pouco competitiva a existente oferta para o tráfego de passageiros e mercadorias ao longo da Linha do Oeste”.

“Entra-se num ciclo vicioso: ausência de tráfego justifica a não realização de investimentos; ausência de modernização da Linha leva à diminuição do tráfego”, prossegue a moção que recolheu o apoio unânime dos eleitos camarários sobralenses, lembrando que a região Oeste “é das que apresentam maior dinamismo económico no País, mas também dinâmica populacional, com concelhos que apresentam das mais altas taxas de crescimento de população no território continental”.

Por tudo isto, a moção, que vai ser enviada ao Presidente da República, ao Governo e aos grupos parlamentares, sustenta que a modernização da Linha do Oeste “deve ser analisada como um factor de desenvolvimento insubstituível”, até porque o aumento da utilização dos comboios terá um impacto ambiental positivo, com menos carros a entrarem diariamente em Lisboa. Sublinha, todavia, que, “para que o investimento previsto não seja desperdiçado e, ao invés, possa ser potenciado, é fundamental que o desenvolvimento da Linha contemple a alteração do actual traçado”.

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