Seis meses para delinear candidatura do Centro Histórico de Viseu à UNESCO

Gonçalo Byrne e Raimundo Mendes da Silva integram lista de 12 especialistas em reabilitação que preparam candidatura do Centro Histórico de Viseu a Património da Humanidade

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A historiadora de arte Dalila Rodrigues valoriza o "recorte dos alçados amuralhados da Sé à fachada palaciana do Museu Grão Vasco" PAULO RICCA/Arquivo

Arquitectos, historiadores e especialistas em património integram o grupo de trabalho que está a preparar a candidatura do Centro Histórico de Viseu a Património da Humanidade. A equipa tem seis meses para elaborar um documento que oriente a estratégia da autarquia local para a classificação da UNESCO.

Os arquitectos Gonçalo Byrne e José Aguiar, a historiadora Dalila Rodrigues e o especialista em reabilitação urbana e curador da candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade, Raimundo Mendes da Silva, são alguns dos nomes que fazem parte do grupo de reflexão. Ricardo Magalhães, gestor do Douro Património da Humanidade, e Fernando Seara, ex-presidente da Câmara de Sinta e ex-membro da Organização Mundial das Cidades Património da Humanidade, integra também a lista que o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, considera reunir um conjunto de pessoas com diferentes visões na área da reabilitação.

O documento que o grupo irá apresentar deverá conter as orientações que vão ajudar a autarquia a tomar decisões quanto à valorização do Centro Histórico, nomeadamente quais os imóveis que devem ter reconhecimento público local, nacional ou internacional e destes quais os que têm maior potencial para virem a ser reconhecidos pela UNESCO. Irá também propor a calendarização do processo e quais as práticas a serem desenvolvidas, nomeadamente no envolvimento com a comunidade.

Almeida Henriques anunciou há um ano a intenção de candidatar à UNESCO o Centro Histórico de Viseu, uma zona que tem vindo a perder população. Para inverter o cenário, a autarquia está a desenvolver um projecto de revitalização, um projecto “a dez anos”, como salientou o autarca.

“Independentemente dos bens patrimoniais em causa poderem vir a merecer ou não determinadas distinções formais, nomeadamente em sede da UNESCO, importa que o processo desenvolvido seja marcado com conquistas positivas, irreversíveis e relevantes para a comunidade, com vantagens culturais, sociais e económicos”, sublinhou Almeida Henriques, para quem independentemente do resultado, o processo da candidatura será sempre “um ganho”.

A primeira reunião do grupo de trabalho acontece esta sexta-feira, dia em que decorre uma conferência que elegeu como tema central os actuais desafios e as boas práticas de protecção e valorização do património e de reabilitação de centros urbanos antigos em Portugal.

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