Secretário de Estado nega que naufrágio na Figueira tenha tido a ver com assoreamento

Manuel Pinto Abreu afirm que o acidente com o barco Jesus dos Navegantes, que causou três mortes, ocorreu em condições excepcionais.

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Governante exortou os pescadores a aoptarem "uma postura de máxima segurança" Sérgio Azenha/Arquivo

O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, negou nesta quarta-feira que o naufrágio do dia 25 de Outubro na Figueira da Foz esteja relacionado com o assoreamento da barra, considerando que foi provocado por “condições excepcionais”.

Manuel Pinto de Abreu sublinhou, durante o debate do Orçamento do Estado na Assembleia da República, que “nenhuma embarcação de pesca tem qualquer condicionante à prática no porto da Figueira da Foz” que está preparado para navios com um calado máximo de seis metros. “O que se passou, e que está a ser investigado, não é consequência de uma situação de assoreamento da barra, é uma consequência de condições excepcionais que exigem uma prática excepcional da barra”, salientou o governante, considerando que é necessário que os pescadores promovam a sua própria segurança.

A este propósito, lembrou “as palavras do mestre Festas [presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar] que disse que é necessário mudar a cultura dos pescadores e que estes passem a adoptar uma postura da máxima segurança”, nomeadamente utilizando equipamentos cuja aquisição tem sido promovida pelo programa Promar (Programa Operacional de Pescas).

O mestre José Festas disse na altura que a forma como a barra do porto da Figueira da Foz foi construída pode ter ajudado ao naufrágio da Jesus dos Navegantes, provocando a morte de três pescadores. José Festas justificou a falta de uso do colete salva-vidas com as dificuldades que o mesmo coloca. “Se o estivessem a usar, se calhar, com o barco a virar, teriam morrido mais [tripulantes], porque com o colete vestido é muito difícil mergulhar”, sublinhou o antigo pescador.

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