São maçãs, senhor

Aqui na freguesia de Colares há alguns agricultores teimosos que continuam a trabalhar com variedades deliciosas mas desconhecidas de maçãs.

No PÚBLICO de terça-feira, Samuel Silva contou a história de Raul Rodrigues (R.R.), professor da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima. Passou sete anos à procura de variedades minhotas de maçã e encontrou 62 maçãs diferentes. Só no Minho. Uma chama-se camoesa-do-biribau; outra três-ao-prato... e faltam mais 60.

R.R., com a modéstia de que só os heróis são capazes, sentia "a necessidade de preservar o património genético frutícola [que é] um legado importante dos nossos antepassados".

É o que está a fazer. Imagine-se o prazer de poder visitar um pomar de macieiras em Ponte de Lima onde se pudesse observar as árvores ao longo do ano e, quando a época deixasse, poder prová-las cruas, cozidas ou refeitas como sidras.

Aqui na freguesia de Colares há alguns agricultores teimosos que continuam a trabalhar com variedades deliciosas mas desconhecidas de maçãs. Deve ser assim por toda a província da Estremadura.

É bem possível que seja assim em todas as regiões portuguesas. Das 62 variedades descobertas e mantidas por R.R. aposto que pelo menos metade também se encontrava fora do Minho. Algumas, porventura, ainda se encontram.

É urgente ler a reportagem inteira para se perceber a inteligência e importância do trabalho de R.R. Ele usa o método biológico de produção, fazendo com que "a protecção contra pragas e doenças seja mais fácil do que na produção industrial".

E quem diz maçã diz qualquer planta, flor, fruta ou semente que nos dá prazer e faz bem. 

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