Rui Rio vai a tribunal dizer se é “Fanático Dos Popós”

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Manuel Leitão admite que pretendeu "gozar" com Rio, não ofender Foto: Nelson Garrido

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, foi chamado a tribunal para ser ouvido no âmbito do processo que interpôs contra a empresa de Manuel Leitão, proprietária da revista Porto Menu, que colocou na sua última capa, sobre um dos torreões do Mercado do Bolhão, a inscrição “Rio és um FDP”. O autarca vai ter de esclarecer se é conhecido por ser um “Fanático dos Popós” (FDP).

A “oposição” da defesa de Manuel Leitão à providência cautelar interposta por Rio, com o intuito de suspender a distribuição da edição deste ano da Porto Menu, garante que a expressão “Rio és um FDP” “não teve como objectivo ofender” o autarca.

Num tom irónico garante mesmo que o acrónimo FDP consta do nome de várias empresas e sugere que a conhecida paixão do autarca por automóveis é uma justificação válida para presumir que “FDP”, associada a Rio, significa “Fanático dos Popós” e não, como alega o autarca, “Filho Da Puta”.

“Uma pessoa que demonstra tal paixão pelo automobilismo bem pode ser chamado de ‘Fanático Dos Popós’”, argumenta o advogado de Manuel Leitão, no documento a que o PÚBLICO teve acesso.

No mesmo texto, o advogado Messias Carvalho defende que se Rui Rio tivesse contactado Manuel Leitão poderia ter percebido que este não tinha a intenção de o insultar, mas que preferiu reunir-se de “vários sábios” e que foram estes, “que não conhecem” Leitão “mas são próximos” de Rio que decidiram que “FDP quer dizer Filho Da Puta!”. O causídico garante: “Chegaram os aludidos ‘sábios’ a uma conclusão precipitada, errada e irresponsável, pois, contrariamente ao brilhantismo intelectual de tão insignes ‘sábios’ a requerida [a empresa de Manuel Leitão] não teve a intenção a intenção de chamar ao requerente ‘filho da puta’”.

A contestação admite que o empresário quis “gozar ou caçoar” de Rio, “mas insultá-lo, jamais”.

A indicação de que Rio teria sido chamado a prestar depoimento na 2.ª Vara Cível, no âmbito deste processo, foi posta a circular num e-mail que garantia que o autarca tinha tentado que o tribunal o dispensasse de estar presente. O e-mail atribuía a decisão da juíza de chamar o autarca como “uma vitória” de Manuel Leitão. A Câmara do Porto não confirmou se Rui Rio tinha tentado estar ausente do processo.

A polémica entre Manuel Leitão e o autarca estalou quando a revista Porto Menu apresentou, na capa, uma fotomontagem com a inscrição “Rio és um FDP”. A câmara enviou uma carta aos anunciantes da revista denunciando o caso e indicando que retirara a publicação de todos os espaços municipais. Posteriormente, Manuel Leitão puxou uma orelha a Rio, durante a inauguração da Praça das Cardosas e venceu a concessão da Biblioteca Municipal Pedro Ivo, na Praça do Marquês, onde prometeu instalar uma exposição sobre “as malfeitorias” do autarca.

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