Regata do Atlântico Azul volta a “pintar o Tejo de cor”

As canoas, faluas e catraios que até meados do século passado cruzavam constantemente o Tejo vão animar o Cais das Colunas durante a manhã de sábado.

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Pedro Cunha/Arquivo

O Tejo vai receber este sábado, dia 15, a Regata do Atlântico Azul. Organizado pela Marinha do Tejo, vai decorrer, das 8h às 9h30, entre o Montijo e Lisboa. Depois da chegada, as embarcações ficarão fundeadas até às 14h30 no Cais das Colunas, junto ao Terreiro do Paço.

Quando o ponteiro do relógio apontar para as 7h55, é hora de ser feito o primeiro aviso. Quatro minutos mais tarde, às 7h59, é dado o segundo e último antes do “sinal de partida”, às 8h. O local de início da prova vai estar marcado pelo alinhamento das bóias 3M e 4M, localizadas no canal do Montijo.

A meta, cruzada no sentido leste/oeste, vai ser feita no alinhamento de uma bóia amarela, junto à Ribeira das Naus, com um quiosque localizado em terra.

Quando a regata terminar, entre as 9h30 e as 10h, as embarcações vão poder usar o fundeadouro em frente ao Cais das Colunas até as 14h30, para regressarem aos portos de origem com a enchente da maré. Enquanto aqui permanecerem, estarão engalanadas “para fazer da Marinha do Tejo um Cartaz Turístico da Cidade de duas Margens”, segundo informação divulgada pela Marinha do Tejo.

Canoas, faluas, catraios são as embarcações típicas que vão “pintar o Tejo das mais diversas cores” e vão estar em prova no feriado de dia 15 de Agosto.

Entre os eventos organizados já este Verão pela Marinha do Tejo merecem destaque o “dia da Marinha do Tejo”, a reconstituição histórica da partida da expedição para Ceuta em 1415 e um encontro de embarcações do Tejo em S. Martinho do Portos no fim-de-semana passado.

O dia da Marinha do Tejo foi assinalado este ano a 13 de Junho, no âmbito das Festas de Lisboa, com embarcações típicas a navegarem no Tejo. De acordo com o que se pode ler no site da autarquia, “a manhã chuvosa não afastou as mais de 60 embarcações que se juntaram ao largo do Terreiro do Paço”. A cerimónia terminou com um desfile das embarcações até à Base Naval de Lisboa, no Alfeite.  

A reconstituição histórica da Viagem de João I, foi realizada no dia 19 do mês passado. Foi uma viagem no tempo, com trajes da época e embarcações tradicionais, de Alhos Vedros ao Cais das Colunas, que assinalou os 600 anos da passagem do primeiro monarca da dinastia de Avis por aquela localidade, onde se refugiou para se proteger da peste bubónica.

De acordo com o Clube Náutico de São Martinho do Porto, no encontro do passado sábado participaram várias embarcações, "utensílios artesanais de reparação naval, histórias e ensinamentos, e muito boa disposição” com o objectivo de "manter a tradição, de geração em geração, dos barcos tradicionais portugueses”. 

A Marinha do Tejo é uma entidade “constituída pela comunidade de marítimos e de artífices, que navegavam e habitavam ao longo das margens” do rio, lê-se no site da Associação Náutica da Marina do Parque das Nações. Segundo a Câmara de Lisboa, foi criada em 2008, de forma a “recuperar e preservar a identidade sociocultural e o património tecnológico das populações ribeirinhas do Tejo, registando as várias embarcações”.

Texto editado por José António Cerejo

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