Reabilitar museu municipal em Viana custa 320 mil euros e demora seis meses

A reabilitação envolve a recuperação histórica e da cobertura do imóvel construído em 1724.

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Nelson Garrido

O Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, instalado num solar urbano com quase 300 anos, vai ser reabilitado nos próximos seis meses, obra promovida pela autarquia e avaliada em 320 mil euros.

Fonte do município, responsável pelo museu, explicou esta quarta-feira, que a obra, já adjudicada, resulta da aprovação de uma candidatura a fundos comunitários do Programa Operacional do Norte, que garante 85% do investimento necessário.

A intervenção visa a preservação do edifício, em termos estruturais e patrimoniais, dada a importância histórica do imóvel, construído em 1724 e localizado no centro histórico de Viana do Castelo. Envolverá ainda a recuperação da cobertura do edifício, do sistema de drenagem das águas pluviais e a alteração das respectivas caixilharias, aproximando-as à forma original.

Trata-se do mais antigo museu municipal do concelho e os trabalhos prevêem, também, a requalificação do espaço de exposição permanente, nomeadamente com a montagem de vitrinas com sistema de iluminação com tecnologia 'led' e pela aquisição de um sistema de controlo de visitas.

De acordo com fonte da Câmara de Viana do Castelo, esta reabilitação pretende "preservar e valorizar" o património museológico existente. Surge também pela necessidade de cumprir as normas impostas pela Rede Portuguesa de Museus, ao nível da preservação, da valorização e da divulgação da colecção, que conta já com 5.196 peças inventariadas.

Com esta intervenção, aponta o município, será possível "optimizar as funções museológicas", permitindo renovar a exposição permanente. Por outro lado, o Museu de Artes Decorativas poderá "ajudar" a "consolidar uma imagem positiva da região", abrindo "os valores tradicionais a novos olhares mais criativos e capazes, também eles de se materializar em novas oportunidades de negócio".

A colecção do museu é constituída por peças de arqueologia, numismática e heráldica e possui a mais numerosa e diversificada colecção de faianças portuguesas do século XVII e XVIII, designada de "louça azul", fabricadas em Lisboa e Coimbra.

Segundo a autarquia, as faianças produzidas pela antiga Fábrica de Darque, em Viana do Castelo, e o núcleo de mobiliário indo-português, desenho e pintura dos séculos XVII e XVIII, merecem igualmente destaque na exposição.

O Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, antigo Museu Municipal, funciona num edifício histórico da cidade, conhecido como "Casa dos Barbosa Macieis", de linhas barrocas mas com elementos clássicos.

O próprio edifício é alvo do interesse das visitas, possuindo três salas com alizares de azulejos a azul e branco, uma pequena capela oratório com retábulo de talha barroca e paredes decoradas a azulejos historiados assinados pelo mestre Policarpo de Oliveira Bernardes. 

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