Quatro dos oito candidatos à direcção do Rivoli passam à segunda fase

Candidatos já foram notificados da decisão do júri relativa à primeira fase do concurso. Resultado final deve ser conhecido em meados de Maio.

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Nesta primeira fase, o coreógrafo Tiago Guedes obteve a melhor classificação João Guilherme

O concurso público para encontrar um director para o Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre vai continuar, ao que tudo indica, com a participação de apenas quatro dos oito candidatos que se apresentaram a concurso. Os restantes já foram notificados que foram excluídos, por incumprimento dos requisitos necessários. Seguem na corrida Tiago Guedes, José Luís Ferreira, Pedro Jordão e Ana Figueira.

Os candidatos foram informados, esta semana, dos resultados da primeira fase do concurso, lançado a 13 de Março. As regras estabeleciam que cinco candidatos poderiam passar à segunda fase, mas, depois da avaliação inicial do júri, apenas quatro foram considerados aptos a prosseguir, sendo agora convidados a apresentar uma proposta de “metodologia de trabalho para a elaboração do projecto de programação do teatro municipal”. Só depois desta fase será escolhido um vencedor, o que, de acordo com os prazos do concurso, deverá atirar uma decisão para meados de Maio. O novo director terá, então, entre 60 e 90 dias para apresentar o projecto de programação ao vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, que terá de o aprovar.

Nesta primeira fase, o coreógrafo Tiago Guedes obteve a melhor classificação – praticamente o dobro da pontuação atribuída ao segundo classificado, José Luís Ferreira, o actual director do S. Luiz Teatro Municipal (Lisboa) –, mas, ao que o PÚBLICO apurou, esta distância nas pontuações poderá não ter significado no resultado final, uma vez que todos os candidatos voltam agora a ficar numa situação de igualdade de circunstâncias e será a metodologia que irá ditar o vencedor.

Os candidatos excluídos foram Mário Dorminsky, António da Câmara Manuel, Alberto Magno e Carlos Gomes. Este último questiona os primeiros resultados conhecidos e diz não entender as razões da sua exclusão, uma vez que, garante, cumpria todos os requisitos exigidos pelo concurso público – ter sido director artístico ou de programação de um teatro e ter tido a direcção de projectos artísticos com candidaturas aprovadas, nos últimos sete anos, a um programa de financiamento nacional e a um programa de financiamento comunitário. “Os documentos das candidaturas não têm o meu nome, mas têm os da entidade para a qual trabalhava, com o comprovativo de que eu participei naqueles processos”, diz.

Carlos Gomes acrescenta que não pretende contestar a decisão da autarquia por “não ter condições” para o fazer, mas insiste que as dúvidas sobre o concurso têm vindo a crescer. “Não percebo por que se está a afunilar tanto isto. Por que é que a única forma de financiamento prevista são os fundos comunitários? Então e as outras formas de financiamento não interessam? E porquê a pressa e o afunilamento, quando a própria tutela não sabe o que quer para os teatros? Olhem para o concurso lançado para o [Teatro] S. Luiz, simples e sem causar qualquer polémica. Afunilar não é inteligente”, argumenta.

O programador cultural diz que acompanha as críticas do encenador Carlos Fragateiro que, no início do mês de Abril, acusava o município de promover um concurso “armadilhado desde o início, fechando ao máximo as condições de acesso, com exigências absurdas”.

Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria de imprensa da Câmara do Porto afirmou que “politicamente” o município não vai fazer qualquer comentário ao processo de concurso, enquanto este não estiver concluído. A mesma fonte esclareceu, contudo, a razão para a candidatura de Pedro Jordão ter sido aceite, apesar de, formalmente, só ter dado entrada a 31 de Março, quando o prazo era o dia 22. “O candidato tentou submeter a candidatura dentro do prazo, mas um problema na própria plataforma electrónica em que essas candidaturas eram registadas impediu-o de o fazer. Reclamou e, perante os pareceres jurídicos e técnicos que pedimos, concluímos que ele tinha razão e que o problema era, de facto, da plataforma”, disse fonte da autarquia.

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