Quase 30 funcionários do hospital de Beja estarão de baixa por exaustão

Fonte hospitalar garante que até ao final do mês serão contratados para prestar serviço, “onde for preciso”, 23 novos enfermeiros e 11 assistentes operacionais.

Foto
O corpo da criança foi transportado para o Hospital de Beja onde será hoje autopsiado antónio carrapato

O grupo parlamentar do PCP foi informado de que 27 assistentes operacionais do Hospital de Beja “estariam” em situação de baixa médica “por exaustão” e que está situação anómala “estará” relacionado com “carências de pessoal”, denuncia o deputado João Ramos, eleito pelo círculo eleitoral de Beja.

O deputado comunista associa o problema à “intensificação dos turnos de trabalho ou à redução dos trabalhadores por turno ou por serviços”, frisando que a carência de pessoal “é extensiva a outras categorias profissionais atingindo também os médicos que são escalados para serviço por 48 horas seguidas”.

A confirmar-se esta situação, fica claro que o desinvestimento e a redução do orçamento das unidades de saúde “está a ter consequências” no atendimento dos utentes e na saúde dos profissionais da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), assinala o grupo parlamentar do PCP. “São medidas desta natureza”, que se reflectem na “falta de profissionais, no desmantelamento de serviços e no encerramento de camas com as consequências dramáticas para os doentes como as que se conheceram esta semana” quando um doente oncológico permaneceu seis dias na sala de macas do serviço de urgência, destacam os comunistas.

Outra informação recolhida pelo PCP faz referência aos constrangimentos que um utente terá de superar para fazer um Doppler. Para este exame, a ULSBA não refere, no seu site, quais os tempos de espera. Contudo, a situação que os comunistas relatam aponta para “um ano de espera e para a indicação de que o doente terá de ir efectuar o exame a uma clínica privada em Aljustrel”, com a agravante de não ser disponibilizado transporte ao doente para o poder realizar.

Os comunistas já instaram o ministro da Saúde, Paulo Macedo para esclarecer as razões que impedem o hospital de Beja de ter capacidade de resposta para a realização de exames a ponto de ser obrigado a estabelecer acordos com entidades privadas para o efeito.

Quanto à baixa médica de 27 assistentes operacionais, os comunistas querem que o ministro diga quantos técnicos destes tem o hospital de Beja, quantos deveria ter e se está previsto algum procedimento para contratação de mais.

Uma fonte hospitalar admitiu ao PÚBLICO que para a exaustão dos assistentes hospitalares estará a contribuir, sobretudo, o “pico de gripe e o intenso trabalho que gera”, assim como a idade de “alguns dos funcionários e funcionárias” que impede a sua integração no trabalho por turnos.

Para colmatar as necessidades mais imediatas impostas pela abertura do internamento no departamento de psiquiatria e no serviço de urgências, a ULSBA “vai contratar até ao final do mês” 23 novos enfermeiros e 11 assistentes operacionais, que terão um desempenho polivalente, garante a fonte hospitalar.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários