Presidente da junta do Porto que perdeu confiança de Moreira não se demite

Já não há qualquer pelouro atribuído no executivo da união de freguesias

Foto
António Fonsoce também é presidente da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória

O presidente da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, António Fonseca, ao qual o grupo de cidadãos Rui Moreira: Porto, O Nosso Partido retirou a confiança política, voltou a garantir esta terça-feira que não se demite.

"Não me vou demitir. Vou aguardar serenamente pelo desenrolar dos acontecimentos", disse António Fonseca aos jornalistas, à margem de uma reunião de executivo que decorreu na Escola Carolina Michaelis, repetindo a posição que já assumira ao PÚBLICO, quando tomou conhecimento de que os membros do executivo, das várias forças políticas, com pelouro atribuído, tinham abdicado das suas funções.

Além do presidente da junta, apenas se mantêm com funções atribuídas, por imperativo legal, o tesoureiro e uma secretária da união de freguesias, depois de, a 24 de Março, o movimento independente do presidente da Câmara do Porto ter retirado a confiança política a António Fonseca, alegando quebra de "lealdade e solidariedade". Posteriormente, o PSD, o PS, o PSD e a CDU tomaram diferentes posições, mas defendiam todos que a saída do autarca da presidência da junta seria o desfecho mais lógico para o impasse criado.

Essa não é, contudo, a vontade de António Fonseca. Na prática, a menos que haja uma demissão em bloco de praticamente todos os eleitos na freguesia, deixando a assembleia de freguesia sem quórum, o autarca pode manter-se em funções, mas com a vida muito complicada, até às próximas eleições autárquicas. A concretizar-se este cenário, o mais provável é que as funções da junta fiquem reduzidas ao mínimo essencial e que Fonseca veja chumbadas quaisquer propostas que tente levar ao executivo.

Depois de o CDS-PP, que apoiou Rui Moreira nas eleições autárquicas, ter anunciado que também retirava a confiança política a António Fonseca, o PS, que fez uma coligação pós-eleitoral com o movimento independente, anunciou, na passada segunda-feira, que os seus eleitos iriam entregar os pelouros que lhe tinham sido confiados. Uma decisão que foi seguida pelos eleitos de outras forças políticas com o mesmo tipo de responsabilidades.

Em comunicado, os socialistas diziam que “entregam os seus pelouros e deixam de acompanhar politicamente o actual presidente da junta de freguesia, entendendo que as posições que assuma a partir deste momento apenas o comprometem pessoalmente”. O PS garantia ainda que “contribuirá para a revogação dos poderes delegados ao presidente da junta de freguesia nos termos legais em vigor”.

Com cerca de três dezenas de pessoas na audiência, a sessão do executivo de terça-feira à noite decorreu com normalidade, apesar de ser notória alguma tensão e incómodo entre os eleitos. No final da reunião, António Fonseca confirmou aos jornalistas que atualmente na junta não existem pelouros atribuídos, apenas os lugares de secretário e tesoureiro. 

Esta quarta-feira à tarde, Rui Moreira preferiu não se pronunciar sobre este caso quando questionado pelos jornalistas. Já o socialista Manuel Pizarro, que acompanhava o autarca independente numa visita ao Bairro do Lagarteiro, insistiu que António Fonseca devia demitir-se. “Se não tem a nossa confiança política, não tem condições para continuar a exercer o mandato”, argumentou.

 

 

Sugerir correcção
Comentar