Porto é o primeiro município a aderir à rede Gestão Transparente.org

ONG junta entidades interessadas em cumprir um guia prático de gestão de riscos de corrupção.

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A procuradora Cândida Almeida lembrou que a corrupção é um problema sociológico e só depois jurídico Pedro Cunha

A Câmara do Porto foi o primeiro município a aderir ao projecto Gestão Transparente.org. O município recebeu esta sexta-feira os promotores e novos membros desta rede que promove um guia prático de gestão de riscos de corrupção nas organizações, e que inclui entidades como a ANA – Aeroportos de Portugal, a Carris e a CP, o CEIIA, a EDP, a EPAL, a Inteli, a Microsoft e a Siemens, o Metro Sul do Tejo ou a REN e o Itaipu – Binacional, do Brasil.

O presidente do município, Rui Moreira, lembrou que a Câmara do Porto, já foi a primeira, no país, a entregar ao Conselho de Prevenção da Corrupção – entidade observadora deste projecto – o plano de acção municipal, em 2009, e reiterou o compromisso da autarquia para com uma gestão mais transparente.

Presente nesta sessão, a antiga directora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Cândida Almeida, afirmou que é "uma obrigação de cidadania" lutar, esclarecer e formar o cidadão para o combate à corrupção. Representando a Organização Ponto Final, que aderiu também ao Projeto Gestão Transparente.org - Guia Prático de Gestão de Riscos de Corrupção nas Organizações, Cândida Almeida considerou que uma sociedade de direito democrático "é tanto mais forte, mais solidária e mais justa do ponto de vista económico e social quanto mais for a transparência".

Segundo Cândida Almeida, o compromisso assumido com a adesão ao projecto "é o de não baixar os braços e estar sempre presente nesta luta, que é de todos". "Juntos somos uma força e uma força capaz de mudar o mundo", frisou, lembrando que a organização Ponto Final tem por objectivo lutar contra a corrupção e crimes afins ("um conceito que é sociológico e não apenas jurídico").

António João Maia, do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), entidade administrativa independente que funciona junto do Tribunal de Contas, referiu que "a ideia de acabar com a corrupção é uma utopia", salientando que é possível preveni-la. Na sua opinião, além da repressão, importa prevenir. "Há um conjunto maior ou menor de práticas que acontecem no dia a dia que ficam sempre na sombra e é também por essa razão que importa prevenir o problema", concluiu.

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