Porto de "regresso a uma aposta mais tradicional" no comércio livreiro

Projecto pretende contrariar vaga de encerramentos de livrarias históricas.

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As livrarias independentes em Portugal parecem estar perante uma morte anunciada: em 2011, cada agregado familiar gastou em média 75 euros em livros, montante que terá sofrido uma quebra de 10% no ano passado José Sarmento Matos

O Porto vai ter a partir de sexta-feira mais uma livraria, no Mercado do Bom Sucesso, "remando contra a maré" numa cidade em que há "vários anos" nenhum estabelecimento do género é inaugurado e alguns fecharam portas, adiantou hoje o criador do conceito.

Contactado pela agência Lusa, o administrador da empresa de divulgação cultural Calendário de Letras e responsável por este projecto, Francisco Madruga, disse que a Livraria do Mercado pretende marcar o "regresso a uma aposta mais tradicional" no comércio livreiro, considerando que o encerramento de algumas livrarias históricas na cidade "levou a que houvesse uma descaracterização".

Questionado sobre a viabilidade económica do projecto, Francisco Madruga assegura que a abertura desta livraria que, à partida, pode parecer uma "loucura", tem na verdade um "risco diminuto".

"A cidade do Porto está na moda e temos de aproveitar essa tendência", realçou o responsável, acrescentando que haverá uma aposta em novos autores, fundos editoriais e livros estrangeiros habitualmente não-disponíveis no mercado, para além de uma oferta variada de publicações low cost.

O novo espaço, que pretende "devolver à cidade a tradição do livro", vai ser inaugurado numa altura em que decorre a Feira da Livro do Porto. Na inauguração vão estar presentes o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, o vereador da cultura, Paulo Cunha e Silva, bem como o escritor e jornalista Germano Silva.

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