Porto de Raiz junta parceiros para primeiro evento sobre desenvolvimento sustentável

O Cidade+ tem estreia marcada para Julho em vários espaços do Porto. Organização pretende que este seja um encontro anual dedicado ao ambiente urbano.

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Grande parte deste primeiro Cidade+ decorrerá no Palácio de Cristal e respectivos jardins, no Porto Adriano Miranda

Quatro amigos juntaram-se há um ano e meio e criaram a Porto de Raiz. O objectivo, explica um deles, Frederico Brandão, era organizar um evento sobre desenvolvimento sustentável que juntasse, no Porto, universidades, empresas, cidadãos e instituições da administração pública envolvidos, de alguma forma, neste tema. A primeira edição, já com mais parceiros do que imaginavam atrair, está marcada para 7 a 13 de Julho e terá como epicentro vários espaços no Palácio de Cristal.

Chama-se Cidade+ este encontro de pessoas e entidades associadas a projectos de desenvolvimento sustentável que a Porto de Raiz organiza em cooperação com a consultora Biorumos, a Câmara do Porto e a empresa municipal Porto Lazer. As iniciativas decorrem durante uma semana, entre um primeiro período de aquecimento, e um segundo, de 10 a 13 de Julho, no qual se concentra o grosso das actividades previstas e que incluem conferências, oficinas, um laboratório de ideias sustentáveis, aulas abertas e mostras de soluções empresariais e de pequenos negócios.

Frederico Brandão, especialista em desenvolvimento sustentável com experiência internacional, explicou ao PÚBLICO que o programa traduz a vontade que o grupo fundador da Porto de Raiz tinha de criar na cidade uma plataforma na qual, uma vez por ano, as entidades que trabalham na área do ambiente pudessem juntar-se, trocar ideias e, quem sabe, avançar para projectos comuns. Queriam ter as associações, mas também os centros de investigação universitários, negócios a sair da casca e grandes empresas a mostrar o que fazem para conseguirem produzir mais, com menos recursos. E, pelo elenco de participantes, parecem ter conseguido à primeira.

Olhando para o programa, destaca-se, por exemplo, na quinta-feira, dia 10, o debate sobre a aplicação à escala urbana dos princípios do projecto Condomínio da Terra – que nos co-responsabiliza pela “gestão”, sustentada, deste espaço comum, o planeta. Nesse mesmo dia, a Universidade Católica mostrará alguns dos seus projectos de empreendedorismo social. No dia seguinte, representantes da BA Vidro e da Sonae participam numa conferência sobre redução do consumo de energia na indústria e o Citeve, Centro de Investigação da Indústria Têxtil e do Vestuário, organiza uma sessão em que nos porá a pensar o que fazer com os têxteis – roupa e não só – que deixamos de usar, enquanto o grupo Future Cities, da Universidade do Porto, fará um workshop sobre a vida nas cidades do futuro. 

Antes disso, em modo de aquecimento, haverá, desde 7 de Julho, oficinas nos vários centros de educação ambiental da cidade, uma visita guiada à biodiversidade do “supercharco” do Parque da Cidade, no dia 9, e, ao fim da tarde, a apresentação do livro Verdes Anos, historiografia do movimento ambientalista em Portugal. À noite, a conversa vira-se para o futuro, com uma tertúlia, na reitoria da Universidade do Porto, sobre os grandes desafios das associações de ambiente.

O programa, que está praticamente definido, divide-se em vários módulos. No módulo Porto+, por exemplo, está previsto, para quinta-feira, 10 de Julho, um debate em torno do uso da bicicleta na cidade que abordará, entre as 18h e as 20h, no Palácio de Cristal, as mudanças do Código da Estrada e os problemas enfrentados pelos ciclistas no seu dia-a-dia.  No dia seguinte, à mesma hora, discute-se a produção de alimentos em meio urbano que, para além da alimentação de quem cultiva, é tido actualmente como elemento essencial para a criação de laços de vizinhança e de melhoria do ambiente urbano.  

Para sábado, no mesmo local e hora, debate-se a importância das comunidades locais, com a apresentação de projectos de intervenção diversos. E no domingo, último dia deste primeiro Cidade+, os participantes são chamados a reflectir sobre as possibilidades que a globalização e as redes de comunicação abriram para o desenvolvimento de projectos com alcance transnacional.

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