Plano de drenagem de Lisboa prevê sete reservatórios e uma bacia de retenção

Foto
Alcântara tem as infra-estruturas de drenagem de água mais envelhecidas da cidade e com menos capacidade de escoamento Luís Ramos (arquivo)

O Plano de Drenagem de Lisboa prevê a construção de sete reservatórios e uma bacia de retenção a céu aberto no sopé de Monsanto como soluções para evitar inundações na capital.

O plano, o primeiro em 40 anos, foi concebido por uma equipa do consórcio Chiron-Engidro-Hidra e será discutido na próxima reunião do executivo municipal lisboeta.

Alcântara é a zona onde o plano prevê gastar mais dinheiro: quase 60 milhões de euros para recuperar as infra-estruturas de drenagem de água mais envelhecidas da cidade e com menos capacidade de escoamento. Este montante equivalente a 64 por cento do investimento total, superior a 93 milhões de euros.

No estudo, a que a Lusa teve acesso, é proposta a construção de uma bacia de retenção a céu aberto junto ao Instituto Superior de Ciências Socais e Políticas, no sopé de Monsanto, com um custo de cerca de 100 mil euros, integrando o sistema hidráulico de Alcântara, o maior da cidade.

O plano sugere que a bacia de retenção tenha um volume na ordem dos 1200 metros cúbicos, “o que permitirá reduzir em 50 por cento o caudal pluvial que precipita em Monsanto e que é actualmente drenado para o colector da Rua Eduardo Bairrada”.

Reservatórios enterrados

A construção de dois reservatórios enterrados, o de Campolide-Benfica (com 38.100 metros cúbicos, por seis milhões de euros), situado nas imediações do Bairro da Liberdade, e o das Avenidas Novas, na zona de Campolide, é igualmente apontado no plano.

O reservatório das Avenidas Nova foi pensado para os terrenos da EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa), junto ao início da Rua de Campolide, nas traseiras das Twin Towers, com 38.100 metros cúbicos, custando seis milhões de euros.

Ainda para o sistema de Alcântara, o plano sugere a construção de um reservatório enterrado no Intendente, com um custo de nove milhões de euros. Este reservatório é defendido em alternativa à hipótese de construção de um túnel entre o Martim Moniz e Santa Apolónia, uma obra de 13 milhões de euros também contemplada no plano.

Para o chamado sistema de Chelas, o estudo aponta a construção de um reservatório nas Olaias e outro na Cidade Universitária. O reservatório das Olaias, com um custo estimado em 6,7 milhões de euros, deverá localizar-se numa zona de vale, entre a estrada de Chelas e Olaias, num espaço que se encontra desocupado, delimitado a nascente pelo Arquivo Geral do Exército e a poente pela linha ferroviária.

A construção do reservatório da Cidade Universitária, orçado em 3,4 milhões de euros, é proposta sob a zona oriental da alameda da Cidade Universitária, um relvado compatível com a instalação de um reservatório enterrado.

Reservatórios no Vale Fundão e Avenida de Berlim

Para o sistema de Beirolas, é sugerida a construção de dois reservatórios, no Vale Fundão e na Avenida de Berlim. O reservatório do Vale Fundão, com um custo estimado de 6,2 milhões de euros, deverá localizar-se numa zona actualmente ocupada por hortas, delimitada pela Avenida Infante D. Henrique.

O reservatório da Avenida de Berlim, orçado em 4,3 milhões de euros, ficará sob o cruzamento da Avenida de Berlim com a Avenida Infante D. Henrique.

Do valor total do plano, as maiores fatias vão para estruturas de armazenamento de água (22,5 milhões de euros) e reforço da rede (21 milhões). 19,3 milhões destinam-se a separação de redes, 13 milhões vão para desvio de caudal entre bacias e 2,1 milhões de euros servirão para beneficiação das descargas no rio Tejo.

Sugerir correcção
Comentar