PCP/Gaia questiona executivo sobre "favorecimento" de ensino privado no concelho

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Enric Vives-Rubio

O PCP de Gaia questionou o executivo sobre o que diz ser o “favorecimento” da escola privada no concelho e criticou a redução do número de turmas dos cursos profissionais assegurados pelas escolas públicas locais.

Em causa está uma proposta da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares do Norte (DGEstE-N) que para os comunistas “revela total indiferença e desrespeito pelas propostas apresentadas pelas escolas públicas [e] confirma uma redução do número de turmas da rede de ensino público em oito escolas secundárias do concelho – passando de 58 (em vigor no ano lectivo 2013/14), para 36 (em 2014/2015)”.

Segundo a concelhia do PCP de Gaia, esta é uma decisão “escandalosa e inaceitável” e “significa que somente 34% das turmas dos cursos profissionais são asseguradas pelas escolas públicas e a maioria deles (66%) por quatro escolas privadas”.

Para o partido, com esta decisão o Governo evidencia “a sua opção política de desmantelamento da escola pública e favorecimento da escola privada, desprezando a renovação do parque escolar, os docentes existentes nestas escolas e a preferências dos alunos e encarregados de educação”.

Em documento divulgado nesta quinta-feira, o PCP/Gaia refere ter questionado o Governo sobre “os motivos para a redução da oferta formativa de turmas de cursos profissionais nas escolas públicas do concelho de Vila Nova de Gaia para o próximo ano lectivo” e que razão levou à redução do número de turmas de 58 para 36 em 2014/2015.

Perguntam ainda se o executivo prevê “reequacionar a oferta formativa dos cursos profissionais neste concelho” e se “a redução prevista do número de turmas dos cursos profissionais terá repercussões imediatas no número de docentes das escolas”.

Questionado pela Lusa, o presidente da Câmara de Gaia disse subscrever as críticas do PCP, considerando que, quanto à proposta da DGEstE-N, “o que aconteceu é muito mau”.

“O problema da decisão tem a ver com a estratégia do governo para a educação e de facto depauperou muita da oferta formativa que nós tínhamos”, criticou Eduardo Vítor Rodrigues lembrando “escolas que custaram 25 milhões de euros como a de Canelas” e que “passou de cinco cursos, na sua oferta formativa, para dois”

Para Vítor Rodrigues, mais que um eventual favorecimento do ensino privado, assiste-se a um “um depauperamento da escola pública” com o estado a “desonerar-se da escola em geral e da escola pública em particular”.

Quanto ao anunciado encerramento de cinco escolas do ensino básico no concelho, o autarca disse tratar-se de uma situação “tranquila” uma vez que três delas encerram junto a um centro escolar “completamente novo” e duas fecham porque “pura e simplesmente não há alunos”.

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