PCP quer Museu da Indústria na agenda da Câmara do Porto

Vereador Pedro Carvalho espera que o município encontre solução para acervo escondido num armazém. Câmara promete novidades “oportunamente”.

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O museu esteve nas Moagens Harmonia até 2006 Nelson Garrido

Há um museu de portas abertas na Rua Engenheiro Ferreira Dias. Mas o PCP, que esta terça-feira chamou a imprensa a esta artéria da Zona Industrial do Porto, não queria falar do Museu da Farmácia. A poucos metros deste, no número 1095, o acervo do que foi, outrora, o Museu da Indústria, está escondido do público, num armazém, e os comunistas querem que o actual executivo encontre uma solução para um património que, em 2006, deixou de ser visitável. A maioria garante que “oportunamente” divulgará uma solução para este problema.

É irónico, e o vereador Pedro Carvalho não deixou de o assinalar, que o acervo do Museu da Indústria esteja fechado numa zona industrial. A “memória de uma cidade do trabalho, de uma cidade industrial”, está num limbo desde que, em 2006, a sua antiga casa, a fábrica de Moagens Harmonia, foi entregue por Rui Rio, com o Palácio do Freixo, ao grupo Pestana, que ali abriu uma pousada. O comunista fez questão de lembrar que a renda paga pelo concessionário da unidade hoteleira, cinco mil euros por mês, é bem menor do que os nove mil euros mensais que o município estará a pagar pelo armazém onde está guardado o acervo do museu.

O PCP, como em mandatos anteriores, insiste que a reabertura deste equipamento deve ser uma prioridade do município. Pedro Carvalho disse estar disponível para, no executivo municipal, ajudar a maioria a encontrar um espaço digno e formas de financiamento de instalações condignas para um recheio que ajuda a contar um pouco da história do Porto, através de algumas das suas actividades económicas. O vereador vai levantar o problema na próxima reunião de Câmara, na expectativa de que a proposta de plano e orçamento do município para 2016 traga já alguma indicação de uma inversão de rumo.

Depois de ter encerrado o acervo num armazém, a Câmara do Porto, então liderada por Rui Rio, extinguiu a Associação do Museu da Ciência e da Indústria, uma parceria com a Associação Empresarial de Portugal que permitia manter o museu de portas abertas. Mais tarde, já em 2011, Rio aceitou uma proposta do PS, na oposição, para criação da Associação Promotora do Museu da Ciência e Indústria (AMIC) do Porto, que teria como prioridade encontrar parcerias e formas de financiar a reabertura deste equipamento cultural.  

Mas, em meados de 2012, a AMIC decidiu, em Assembleia Geral, "suspender a sua actividade", depois de não ter tido qualquer sucesso nas tentativas de encontrar financiamento para salvar o acervo do museu. Na página do Facebook da AMIC, a convocatória para a assembleia em que esta decisão foi tomada é, ainda hoje, o último post visível.

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