Paredes de Coura tem a primeira plantação portuguesa de esponjas naturais

O projecto agrícola foi iniciado este ano na freguesia de Bico com uma área de quatro hectares.

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Paredes de Coura tem a primeira plantação de esponjas naturais do país, um investimento superior a 100 mil euros que este ano deverá permitir a produção de mais de 15 mil unidades, revelou hoje à Lusa o autarca local.

"É pioneira por ser a primeira plantação de esponja natural no nosso país. É um produto inovador com mais possibilidades de penetração no mercado e é um negócio com muitas potencialidades. A primeira colheita deverá produzir mais de 15 mil esponjas", afirmou Vítor Paulo Pereira.

De acordo com o autarca socialista, o projecto agrícola foi iniciado este ano na freguesia de Bico com uma área de quatro hectares.

Em Julho passado foi realizada a primeira plantação. As colheitas arrancam no próximo mês e, de acordo com a empresa deverá render entre 5 a 6 mil frutos o que permitirá produzir mais de 15 mil esponjas naturais destinadas ao circuito farmacêutico nacional.

"É um número muito positivo porque se trata da primeira plantação", explicou o autarca.

Adiantou que o projecto nasceu de uma parceria com a empresa galega Ibérica - Esponjas Vegetales - Luffa que, em Caldas de Rey, Pontevedra (Espanha), iniciou a produção depois de mais de três anos de investigação na área da Biogenética.

"A Câmara Municipal limitou-se a fazer investigação sobre o projecto espanhol e depois aproximou um grupo de empresários portugueses aos espanhóis de Caldas de Rey, o que levou à criação da Esvesport. A autarquia funcionou apenas como facilitador de um investimento com muita importância para o concelho, na medida em que pode reanimar o sector agrícola", sustentou.

O projecto luso-espanhol vai ser apresentado, sexta-feira, em Paredes de Coura com a presença do secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar, depois de na semana passada ter sido dado a conhecer na Galiza.

Aquelas duas plantações são as únicas na Europa já que, segundo o Vítor Paulo Pereira, só nos EUA é que são conhecidos projectos idênticos.

A ‘luffa' é uma esponja vegetal, antialérgica e biodegradável com múltiplas aplicações.

"Para as pessoas pode parecer uma coisa estranha para as pessoas mas é uma fibra vegetal que tem muitas potencialidades a explorar já que mercado mundial é deficitário deste produto. Pode ser aplicado na indústria automóvel, no sector do mobiliário, filtros de água, isolamentos térmicos, cosmética entre outras", disse.

Nesta plantação de esponjas vegetais, que emprega actualmente dois trabalhadores, foram utilizadas "todas as técnicas de cultivo com base em sistemas alternativos, sem qualquer tipo de materiais artificiais ou químicos".

Vítor Paulo Pereira revelou também que está a ser preparado um protocolo a estabelecer com Escola Profissional do Alto Minho (EPRAMI) no sentido de colocar o laboratório da instituição ao serviço desta plantação e da agricultura do concelho.

"Agricultura sem investigação, formação e conhecimento é muito arriscada", sustentou.

 

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