Painel de Fernando Lanhas só agora irá para o Túnel da Ribeira

Instalação foi anunciada em Fevereiro deste ano, mas só agora deverá ser concretizada.

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Regina Coelho

Foram “razões administrativas” que levaram a que só este mês tenha sido adjudicada a colocação do painel de azulejos de Fernando Lanhas na saída nascente do Túnel da Ribeira, no Porto. Anunciada em Fevereiro, a colocação da obra, criada para aquele espaço, deverá estar concluída até meados de Janeiro, mas, para já, ainda não se vê actividade no local.

Fernando Lanhas projectou o Túnel da Ribeira e também a depressão sob a boca de saída de trânsito, que deverá acolher o painel de azulejos que criou para aquele local. A obra do arquitecto e pintor estava encaixotada em instalações da Santa Casa da Misericórdia, depois de ter estado já armazenada na Cooperativa Árvore, até ter sido resgatada pela Câmara do Porto. Após a morte de Lanhas, em 2012, a obra passou para a posse da família, que aceitou doá-la ao município, para que o painel de azulejos pudesse ocupar o espaço a que sempre esteve destinado.

Apesar de esta intervenção ter sido anunciada pelo vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, ao mesmo tempo que foi também anunciado o arranque das obras de restauro do túnel, os custos que lhe estavam associados não estavam incorporados na reabilitação da estrutura viária. Por isso, a empresa municipal GOP – Gestão de Obras Públicas assinou, no início de Dezembro, um contrato, por ajuste directo, no valor de 21 mil euros e com a duração de 45 dias.

No local ainda não são visíveis quaisquer sinais de intervenção, mas a Câmara do Porto garante que já se iniciaram “os preparativos” para a instalação da obra com 7,10 metros de largura e 5,10 metros de altura. O painel em azulejo foi concretizado há pouco mais de dois anos, a partir de um desenho a óleo de Fernando Lanhas. Constituído por 875 azulejos, representa uma imagem abstracta, que deverá ficar instalada a curta distância de A Ribeira Negra, o painel de Júlio Resende, que ocupa a parede que leva à entrada do túnel.

Em Fevereiro, Paulo Cunha e Silva afirmava que tinha sido colocada a hipótese de instalar a obra de Lanhas num outro espaço, mas que esta fora travada pelo novo executivo. “Achamos que devíamos coloca-lo ali, para onde foi pensado”, disse, na altura, o vereador da Cultura.

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