Ovar volta a celebrar a cidade com palcos a céu aberto e piqueniques

Segunda edição do Festa decorres este sábado, entre as 10h e as 4h da manhã, com 27 iniciativas diferentes e entradas gratuitas.

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O projecto pretende dar atenção às mudanças bruscas que atiram famílias para situações de fragilidade Paulo Pimenta

A primeira edição correu bem e Ovar prepara-se para repetir a dose com mais um dia de festa em vários espaços da cidade.

O Festa está de volta este sábado com 27 iniciativas a céu aberto para todas as faixas etárias, das 10h às 4h00. A segunda edição alarga-se a projectos internacionais, volta a apostar no envolvimento da comunidade e vai tirar ranchos folclóricos da sua zona de conforto num espectáculo de dança conduzido por Filipa Francisca.

Nesse longo dia, a Banda Filarmónica Ovarense entra no universo da Circolando que readaptou a sua Charanga às ruas da cidade e 20 ovarenses participam num baile de candeeiros humanos que acendem, apagam e dançam. Os elementos tradicionais de Ovar também entram nesta festa. O azulejo, ou não fosse Ovar a cidade viva do azulejo, a água, ou não tivesse o mar tão perto, e as redes de pesca, da tão tradicional arte xávega que ali tem história, enredam-se na programação.

Os mais novos têm uma oficina para “azulejar” e o pixel-art mostra o seu poder na reinterpretação de um padrão clássico de azulejo numa fachada devoluta. A água entra num jogo de reflexos e do chão emergem coisas novas que mostram que debaixo dos pés há espaços que surpreendem. E numa rua fechada ao trânsito haverá bolas insufláveis acopladas com uma rede de pesca para brincar.

Não se cobram bilhetes no dia em que a cidade quer alimentar o espírito e, quando a fome apertar, todos estão convidados a estender a toalha ou a manta numa praça ou jardim - porque esta é também uma forma de apropriação do espaço público. O Festa apresenta-se como uma viagem cultural, uma celebração da cidade em que as ruas se transformam em palcos para que um pedaço de território possa ser visto e vivido de uma outra forma.

À segunda edição, há projectos internacionais vindos de Espanha e França. Kamchàtka de Adrian Schvarzstein chega de Espanha para improvisar, para falar da vida, do teatro, do jogo. De Barcelona vem rumba catalã para animar a Praça da República. E de França chega Contigo, momento de circo contemporâneo com um duelo de amor entre homem e objecto. 

O vereador da Cultura da Câmara de Ovar, Alexandre Rosas, sublinha essa celebração da cidade e a viagem pela cultura que pretende “confrontar o público com várias propostas artísticas que se pretendem impactantes e surpreendentes”. “São 27 iniciativas, em vários palcos para diferentes públicos”, refere. A câmara investe cerca de 70 mil euros no Festa que volta a surgir no cartaz cultural de Ovar, sublinha Fátima Alçada, programadora cultural, como a “consolidação de uma primeira experiência”. No fundo, o que se pretende, refere, é que “as pessoas tenham um bom momento e se divirtam nestes espectáculos”. 

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