Em 18 meses, houve 256 acidentes com tractores de que resultaram 122 mortos

O desrespeito pelas regras de segurança e a falta de formação sobre a condução destes veículos são algumas das causas.

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A CNA vai fazer várias propostas e reclamações Foto: Rui Gaudêncio

Entre Janeiro de 2013 e Julho de 2014 a Guarda Nacional Republicana (GNR) contabilizou, no continente, a ocorrência de “256 acidentes dos quais resultaram 122 vítimas mortais e 83 feridos graves”. A denúncia foi feita pelo Partido Ecologista “Os Verdes”, num requerimento apresentado pelo seu grupo parlamentar ao Governo, através do Ministério da Agricultura e do Mar, onde solicita explicações sobre o “elevado número de acidentes com tractores agrícolas” realçando o facto da maior parte desta sinistralidade “ocorrer em propriedade privada”.

“Os Verdes” suportam os seus argumentos nos dados facultados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que destacam Portugal como um dos países onde taxa de mortalidade resultante de acidentes com tractores é mais elevada.  

As causas estão maioritariamente associadas “à falta de manutenção do veículo, a fadiga provocada por excesso de horas de trabalho, ao excesso de carga, às características geomorfológicas dos terrenos, ao desrespeito por normas de segurança, à idade do tractor e à idade avançada de quem o conduz”.

Os dados da ANSR destacam que entre 2000 e 2009, a maioria dos acidentes envolveu tractores “com mais de 10 anos”, e a maioria das vítimas mortais e feridos graves tinha “mais de 65 anos”, uma constatação que reflecte “a estrutura etária avançada dos agricultores portugueses” que estão sobretudo, “afectos à agricultura familiar” observa o partido ecologista.

Numa tentativa para reduzir o grau de sinistralidade provocado pela condução de tractores e outras máquinas agrícolas, a Assembleia da República aprovou, em 2010, uma resolução em que recomenda ao Governo, entre outros, um programa de renovação e reequipamento das explorações agrícolas e um programa de formação e aconselhamento. Mas os apoios e incentivos “têm sido muito restritos”, acusa o PEV. Por outro lado, a formação de um modo geral, “está direccionada para operadores em idade activa e não para pessoas com mais de 65 anos, alguns dos quais sem a escolaridade obrigatória", acrescenta o partido em comunicado.

No requerimento apresentado ao Governo, “Os Verdes” querem saber quais as acções desenvolvidas pela tutela para reduzir a sinistralidade e mortalidade envolvendo tractores agrícolas.

Reclamam ainda a indicação do valor das verbas destinadas à prevenção de acidentes com máquinas agrícolas, quantos cursos de operadores para este tipo de equipamentos foram homologados e o número de formandos inscritos com mais de 65 anos.

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