Uma bombeira morta e oito feridos no Caramulo, em Tondela

É a terceira vítima mortal em 2013 e a 105.ª em incêndios florestais desde 1980. Grupo de Bombeiros de Lisboa foi cercado pelo fogo.

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Incêndio está a ser combatido por várias corporações do país Adriano Miranda/Arquivo

Um grupo de bombeiros que combatia o fogo que lavra na serra do Caramulo, em Tondela, no distrito de Viseu, foi cercado nesta quinta-feira à tarde. Segundo o comando operacional no terreno, confirma-se a morte de uma bombeira de Alcabideche, de 22 anos, e oito feridos, um dos quais em estado grave.

Cerca das 18h foi confirmado o paradeiro de uma pessoa - um operador de câmara de um canal de televisão - que durante algum tempo ficou incontactável. O repórter de imagem não sofreu qualquer ferimento.

Segundo o Conselho Português da Protecção Civil, a vítima mortal pertencia à corporação de bombeiros de Alcabideche. Desde 1980, morreram 218 bombeiros em Portugal, enquanto estavam em serviço. Destes, 105 perderam a vida em incêndios florestais, segundo Duarte Caldeira, ex-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, que está a elaborar um estudo sobre o assunto.
 
Este mês contam-se já três bombeiros mortos na combate a fogos ou na sequência de ferimentos graves. Para além da bombeira que hoje faleceu em Tondela, no dia 15 um bombeiro morreu num incêndio na Covilhã. No dia 1 deste mês, três homens dos voluntários de Miranda do Douro ficaram feridos com gravidade, e um deles acabaria por morrer a 4 de Agosto, no Hospital da Prelada, no Porto.

No mesmo hospital encontra-se ainda internado, em estado grave, outro dos elementos corporação de Miranda apanhados pelo fogo. E também um dos três bombeiros de Trancoso que esta quarta-feira ficaram feridos está com “prognóstico reservado”, nos Hospitais da Universidade de Coimbra.  

Um dos feridos do incêndio desta tarde foi helitransportado para o hospital, devido à extensão das queimaduras sofridas. O socorro ao grupo demorou duas horas, devido ao fogo e ao fumo, e só foi conseguido depois de os meios aéreos terem aberto caminho para as equipas que pretendiam aproximar-se dos bombeiros cercados.

O incêndio do Caramulo é, na tarde desta quinta-feira, o mais preocupante. Lavra na serra, em três frentes, e tem a combatê-lo 290 homens e seis meios aéreos, incluindo os que Espanha e França colocaram já ao serviço de Portugal. O fogo está activo há mais de 43 horas. 
 
 

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