Municípios repudiam encerramento de serviços de saúde no Algarve

Falta de consenso político impediu eleição de dois dos membros do secretariado executivo da Amal. O primeiro-secretário será o líder do PS-Algarve.

Os presidentes de câmara do Algarve, em bloco, decidiram “repudiar” as medidas de redução e encerramento de serviços públicos de saúde, bem como de repartições de Finanças e delegações do Centro Regional de Segurança Social.

“Mesmo o que considerávamos insuficiente está a desaparecer”, declarou nesta segunda-feira o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal, Jorge Botelho, durante a reunião do órgão executivo da Amal, criticando o Governo pela “desconsideração” que está a ter em relação às autarquias. “Fecham os serviços, e nem uma palavra é dita às câmaras”, enfatizou o também presidente da Câmara de Tavira (PS).

Os autarcas algarvios aprovaram por unanimidade uma moção em que declaram a sua oposição às medidas que estão a ser tomadas na área da saúde, nomeadamente o processo de “desintegração” do Hospital do Barlavento (Portimão), que passou a ser gerido em conjunto com o Hospital de Faro, no âmbito da criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), presidido pelo ex-bastonário da Ordem dos Médicos Pedro Nunes.

“Vamos chamar o dr. Pedro Nunes e o novo presidente da administração regional de saúde (ARS) a virem aqui [à Amal] darem uma explicação”, disse Botelho, acrescentando que, caso as informações não fosse satisfatórias, passaria para o “patamar seguinte, secretário de Estado ou ministro”.

O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral (PSD), considerou “vergonhoso” o tempo de demora para consultas ou intervenções cirúrgicas no Hospital de Faro. “Não nos podemos conformar”, sublinhou. No mesmo sentido, o autarca de Loulé, Vítor Aleixo (PS), considerou que a inversão das políticas em curso, relacionadas com o fecho de serviços da administração central, “já não vai com moções e comunicados”. As pessoas, disse, “vão protestar na rua,  com a toda a justiça e toda a razão. Nós só temos que as apoiar”.

A reunião da Amal, que foi pública, tinha na ordem de trabalhos a eleição do secretariado executivo da associação, mas não houve consenso politico para o efeito. Para primeiro-secretário foi eleito, por maioria, António Eusébio, líder do PS-Algarve. Os nomes dos outros dois elementos que completarão o secretariado não chegaram a ser submetidos a votos porque a presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma (CDU), faltou à reunião e a lei exige, no caso dos secretários intermunicipais, a sua eleição por unanimidade.
 
 
 
 

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