Munícipe processa Câmara de Aveiro por danos na habitação causados por camiões

Desde que foram introduzidas as portagens na A25, o tráfego na EN109 aumentou muito

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Uma moradora de Cacia está a reclamar em tribunal uma indemnização de 15 mil euros à Câmara de Aveiro pelos danos sofridos na sua habitação, contígua à Estrada Nacional (EN) n.º 109, devido ao aumento de tráfego naquela zona.

Na acção, que vai começar a ser julgada este mês, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, a moradora diz que o tráfego na EN 109 aumentou bastante, desde que foram introduzidas as portagens na A25, há quase três anos.

"A EN 109 não tem o mínimo de capacidade para o trânsito que tem", disse à agência Lusa Fernando Oliveira, filho da moradora.

Este munícipe garante que os danos existentes na habitação da sua mãe, nomeadamente "rachaduras nas paredes e tectos" foram provocados pelo "impacto dos camiões" a passarem naquela via, que foi municipalizada em 2009.

"Todas as casas contiguas a esta rua estão a sofrer. Há aqui um prédio feito há meia dúzia de anos que já teve obras e já está outra vez rachado", assinalou Fernando Oliveira, para quem a solução para o problema passa pela proibição do trânsito a pesados na via.

Fernando Oliveira acusa ainda a Câmara de Aveiro de "inércia e má vontade política", afirmando que já reuniu várias vezes com responsáveis pelo pelouro do trânsito e até hoje nada foi feito.

O presidente da Junta de Cacia, Casimiro Calafate, também tem alertado para os "problemas gravíssimos" que a introdução das portagens na A25 causou àquela localidade.

"Já tínhamos problemas graves de trânsito antes da construção do IP5 (actual A25), e quando ele foi aberto isto melhorou imenso. Agora, com as portagens voltou a piorar com a agravante de a estrada já estar muito degradada", disse o autarca.

Casimiro Calafate, que defende a retirada dos pórticos junto ao estádio e em Angeja, diz que já propôs junto do município a interdição de pesados durante a noite na EN 109, "pelo menos para as pessoas dormirem descansadas", mas ainda não obteve qualquer resposta.

"Se essa questão das portagens não se resolver, a solução será criar aqui tantos constrangimentos de passagens de peões e outras iniciativas, de modo a desincentivar as pessoas de passarem por aqui", avisou.

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