Mulher assassinada em Setúbal

Setúbal foi a região com mais vítimas mortais no ano passado.

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No ano passado foram mortas 7 mulheres na região de Setúbal Paulo Ricca

Uma mulher foi assassinada nesta quinta-feira, na casa onde residia, em Vanicelos, no Bairro do Liceu, em Setúbal, alegadamente pelo marido, numa situação de violência doméstica que perpetua a elevada tendência para este crime registada no ano passado na região.

A vítima mortal, de 52 anos de idade, era funcionária da Câmara Municipal de Setúbal. O suspeito do crime de homicídio é o marido, de 53 anos, bancário reformado.

A polícia foi chamada ao local às 4h45 desta quinta-feira, quando o crime estava já consumado, e deteve o marido, que foi conduzido ao hospital de São Bernardo, em Setúbal, sob detenção. O homem, que terá resistido à detenção, estava ferido por, alegadamente, ter desferido golpes de arma branca sobre ele próprio.

A PSP confirma em comunicado que o alegado homicida estava armado e atentou contra a própria vida: “Os polícias, numa acção concertada com o INEM e num momento de fragilidade do suspeito, conseguiram retirar-lhe a faca e manietá-lo. Este cidadão apresentava diversos golpes de faca no corpo tendo sido transportado, sob detenção, para o Hospital São Bernardo onde se encontra internado e sem correr risco de vida.”

No mesmo documento, a PSP informa que a vítima tinha apresentado denúncia por violência doméstica, “no âmbito de um processo de divórcio”, acrescentando que a queixa “foi avaliada nos termos do risco e de acordo com a vontade expressa pela senhora no momento em que se deslocou às instalações policiais”. Ainda de acordo com a PSP, “face ao baixo risco da situação, esta apenas ficou para acompanhamento e a vítima regressou por vontade expressa da mesma para a sua residência”.

A investigação do caso está entregue à Policia Judiciária, que esteve no local.

Este é o primeiro caso mortal de violência doméstica este ano na região de Setúbal. Em 2014 sete mulheres perderam a vida em situação considerada de violência doméstica, o que coloca o distrito como o que regista maior número de casos deste género.

Segundo o Observatório de Mulher Assassinadas, projecto da organização feminista UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta -, entre Janeiro e 30 de Novembro do ano passado, sete mulheres foram vítimas de homicídio perpetrado por um familiar ou por alguém com quem tinham mantido ou mantinham uma relação intima.

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