Movimento cívico quer alargamento do Museu Miguel Bombarda

Hospital encerrado em 2011 tem um importante espólio que o movimento quer ver preservado.

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A intervenção no Miguel Bombarda é criticada há vários anos NUNO FERREIRA SANTOS

Um movimento cívico apresentou ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa uma proposta para o alargamento do Museu Miguel Bombarda para todo o edifício principal do hospital, recentemente classificado, em Lisboa. A petição já conta com mais de 1000 assinaturas

Para além de moradores, médicos e outros profissionais da área da saúde, o movimento conta ainda com o apoio das Sociedades Portuguesas de Psiquiatria, de Neurologia, de Arte Terapia, de Arte Outsider e da Congregação de S. Vicente de Paulo. Entre os signatários encontra-se o arquitecto Nuno Teotónio Pereira, o professor João Lobo Antunes, a artista plástica Joana Vasconcelos, os historiadores de arte professora Raquel Henriques da Silva e professor Vítor Serrão, o crítico de arte Alexandre Pomar e a cineasta Margarida Cordeiro.

Neste momento, só parte do acervo do antigo hospital está exposto no museu fundado em 2004 instalado no Pavilhão de Segurança. O restante está no hospital Júlio de Matos.

O objectivo é criar dois núcleos museológicos, um dedicado à Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo e o outro à implantação da República. O Centro de Investigação incluiria uma biblioteca, bem como o arquivo clínico e documental que o hospital conserva desde 1848. A realização de conferências, workshops e um serviço educativo com percursos guiados fazem também parte das propostas apresentadas pelo movimento.

O movimento sugere a criação de espaços reservados à exposição do acervo histórico de arte que detém mais de 5000 obras outsider e outras produzidas por pacientes internados no hospital Miguel Bombarda, com perturbações psíquicas e neurológicas. Na galeria está prevista a venda de obras de artistas outsider, que terão ao seu dispor um atelier e um centro de apoio de materiais de arte. No acervo de arte ponderam disponibilizar ao público os mais de 5000 exemplares de fotografia clínica, o material clínico, de mobiliário e exposições sobre saúde mental, história da Ciência do Hospital. Propõem ainda visitas a edifícios únicos, como o Pavilhão de Segurança, o Balneário D.Maria II, a Sala do Museu, o Salão Nobre com azulejaria barroca, a Igreja Rocaille e ainda o gabinete onde Miguel Bombarda foi assassinado.

O objectivo do movimento cívico é tornar o Museu Miguel Bombarda num museu de turismo cultural, um factor de crescimento económico e um atractivo de turistas, capaz de abranger faixas etárias diferentes e onde se salvaguarda o seu acervo, mantendo a sua identidade, explicam em comunicado.

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