Movimento cívico apoia fusão dos transportes de Coimbra com o Metro Mondego

Numa lógica de gestão integrada, número global de passageiros poderia garantir fundos europeus para o projecto do metro ligeiro, parado desde 2010, acredita Jaime Ramos.

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O antigo canal do comboio começou a ser preparado para o metro ligeiro mas as obras pararam. Paulo Ricca/Arquivo

O porta-voz do Movimento Cívico de Lousã e Miranda do Corvo, Jaime Ramos, apoia a proposta da Câmara de Coimbra de integrar os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos (SMTUC) na empresa Metro Mondego (MM).

"Para se obter uma maior eficiência, com melhores transportes e menos custos, é fundamental uma gestão integrada. Aplaudo a proposta de Manuel Machado", disse Jaime Ramos à agência Lusa, vincando a sua concordância com a iniciativa do presidente socialista da Câmara Municipal de Coimbra.

Criado há 12 anos para reivindicar a electrificação e a modernização do ramal ferroviário da Lousã, entre Serpins e Coimbra B, o Movimento Cívico de Lousã e Miranda do Corvo, que agora abrange também os municípios de Coimbra e Góis, tem vindo exigir a conclusão das obras do metro ligeiro.

"É muito positiva a posição de Manuel Machado. Faz todo o sentido que o Metro Mondego funcione em conjunto com os SMTUC e que possam ser geridos em conjunto", defendeu esta sexta-feira Jaime Ramos. Na opinião do porta-voz do Movimento Cívico intermunicipal, "os próprios parques de estacionamento da cidade deveriam também ser geridos em conjunto com os transportes" urbanos.

O funcionamento dos SMTUC é assegurado pela Câmara de Coimbra sem compensações do Orçamento do Estado, que financia os sistemas congéneres de Lisboa e Porto.

"Coimbra é centro de uma área metropolitana que deve gerir de forma integrada o sistema de mobilidade regional. É importante conciliar os transportes sobre carris com os rodoviários", afirmou Jaime Ramos.

O ex-governador civil de Coimbra, que foi também deputado do PSD e presidente da Câmara de Miranda do Corvo, entende que a proposta de Manuel Machado "reforça a candidatura" do projecto para instalação de um sistema de metro na região, permitindo a conclusão das obras no Ramal da Lousã. A fusão dos SMTUC com a MM "garante maior viabilidade" de uma candidatura às verbas da União Europeia, ao assegurar "um maior número de passageiros", argumentou.

A Metro Mondego foi criada em 1996, mas as movimentações políticas para implantar o metro em Coimbra e na região têm mais de 20 anos. Instado pela Lusa, o presidente da MM, João Rebelo, preferiu não se pronunciar, por enquanto, sobre a possibilidade de fusão desta empresa com os SMTUC.

Iniciados há quatro anos por iniciativa do último Governo de José Sócrates, sob a liderança da Refer e sem recurso aos fundos comunitários, os trabalhos no Ramal da Lousã foram suspensos um ano depois. Nos últimos quatro anos, o comboio, que chegou a Miranda e Lousã em 1906, tem sido substituído por camionetas, ao abrigo de um concurso ganho pela rodoviária Transdev.

Em 2011, em campanha eleitoral em Miranda do Corvo, o atual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu o compromisso público de concluir as obras no Ramal da Lousã.

Com algumas diferenças pontuais, a sua conclusão tem sido defendida por todos os partidos representados na Assembleia da República, que no primeiro semestre de 2011, ainda com o PS no Governo, aprovou resoluções nesse sentido, uma das quais, do BE, por unanimidade.
 

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