Metro do Aeroporto de Lisboa teve 2,2 milhões de passageiros no primeiro ano

Empresa diz que as expectativas iniciais têm sido cumpridas. As três estações, a funcionar desde 17 de Julho de 2012, aumentaram o tráfego de passageiros na linha vermelha em 12%.

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Prolongamento da linha até ao aeroporto custou 218 milhões de euros Carla Rosado/Arquivo

Faz nesta quarta-feira um ano que Lisboa passou a ter metro até ao Aeroporto da Portela. As três novas estações levaram mais 12% de utentes à linha vermelha. Só a estação do Aeroporto já recebeu mais de dois milhões de passageiros.

Segundo dados disponibilizados à Lusa pelo Metropolitano de Lisboa, o troço Oriente-Aeroporto – com cerca de 3,3 quilómetros e que custou 218 milhões de euros – teve quase dez milhões de passageiros até Maio deste ano (mais 12% do que nos anos anteriores), incluindo os utilizadores da estação do Oriente.

“A expectativa inicial do Metropolitano de Lisboa está a ser perfeitamente cumprida. No que respeita ao número de passageiros que utilizam as estações do Aeroporto, de Moscavide e da Encarnação, as estimativas do Metro têm sido superadas”, declarou a empresa. Aquando da inauguração, na tarde de 16 de Julho de 2012, a empresa disse estimar que as três novas estações movimentassem mais de 400 mil passageiros por mês.

A estação de Moscavide foi a que registou um maior movimento neste primeiro ano de funcionamento: entre Julho de 2012 e Maio de 2013 teve 2,6 milhões de utentes. Pela do Aeroporto passaram no mesmo período 2,2 milhões de pessoas. Já na Encarnação o movimento total foi de quase 900 mil passageiros.

Os benefícios da extensão da linha vermelha, que agora liga S. Sebastião ao Aeroporto, são evidentes para o autarca dos Olivais, uma das freguesias abrangidas. José Manuel Rosa do Egipto, presidente da junta, disse à Lusa que “as melhorias são evidentes”, tanto para quem ali mora como para os visitantes.

Apesar de “alguns incómodos” durante as obras, o autarca salienta a requalificação do espaço público e a transformação da alameda da Encarnação numa rua “verde, requalificada, que dá gosto ver”.

Quem não lucrou com a chegada do metro ao aeroporto foram os taxistas, que ainda não fizeram contas aos prejuízos. À Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (a ANTRAL, que representa 2800 dos cerca de 3500 táxis que circulam em Lisboa), Florêncio Almeida, diz apenas que a expansão do metro “afectou” o negócio dos táxis, embora reconheça os benefícios para os passageiros.

Também Fernando Carneiro, assessor da direcção da Federação Portuguesa do Táxi (que representa cerca de mil taxistas em Lisboa), considerou que o negócio foi afectado, embora a quebra não esteja quantificada “com muito rigor”.

“Não há um levantamento” feito sobre o impacto que o metro teve no negócio. Há apenas “o sentimento”, com base nas reuniões e nas conversas em assembleia, de que aquele transporte público “levou clientes”, afirmou à Lusa.

Também a rodoviária Carris não tem como medir o impacto do prolongamento da linha vermelha na procura. Isto porque, devido à expansão do metro, a empresa ajustou as carreiras “numa lógica de melhor aproveitamento dos meios disponíveis e de potenciação da intermodalidade”. “As diferenças no serviço prestado nesta zona em 2012 e em 2013 não permitem efectuar comparações sobre os dados referentes à procura”, disse a empresa à Lusa.
 

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