Mercado do Bolhão pronto para os fundos comunitários

Projecto de reabilitação já tem o aval da Direcção Regional de Cultura do Norte.

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No próximo mês e meio, será proibido subir a rua Sá da Bandeira Paulo Pimenta

O projecto de reabilitação do Mercado do Bolhão já tem o parecer favorável e vinculativo da Direcção Regional de Cultura do Norte, aguardando apenas pela necessária ratificação governamental. A Câmara do Porto diz que essa é a única coisa que falta para que a candidatura a fundos comunitários, da reabilitação do edifício histórico, seja entregue na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).

“A candidatura está pronta para ser entregue na CCDRN e vai sê-lo certamente ainda em Dezembro”, disse ao PÚBLICO fonte da assessoria de imprensa da Câmara do Porto, acrescentando: “A Direcção Regional de Cultura do Norte já analisou e confrontou o projecto com o que é a classificação do edifício, o que falta é um despacho [do Governo]. Não se prevê que a mudança de Governo possa atrasar o processo”.

O passo seguinte será o lançamento do concurso da empreitada, e a câmara não exclui a possibilidade de o fazer antes de haver uma decisão sobre os fundos europeus, apesar de recusar avançar qualquer prazo. Quando apresentou a maquete do que será o mercado, em Abril, o presidente da câmara, Rui Moreira, garantiu que o município tinha condições económicas para avançar com a obra, mas que não abdicaria de a candidatar a fundos comunitários.

O conceito apresentado em Abril indicava que o Bolhão teria um mercado de frescos no piso térreo, restaurantes e uma área com estruturas polivalentes no piso superior. A equipa de técnicos da autarquia e de colaboradores externos, coordenada por Nuno Valentim, propunha ainda um acesso directo ao metro, elevadores e uma cave técnica, com um acesso pela Rua de Alexandre Braga que, soube-se entretanto, deverá ser em túnel.

O projecto não prevê a criação de estacionamento subterrâneo nem cobertura para o edifício, apesar de estar prevista uma cobertura em vidro, com características térmicas, para o piso térreo.

Mas, se a instalação, no piso superior, de cortinas que permitam proteger do sol os clientes das esplanadas (numa memória das que as vendedoras de legumes utilizam hoje) não causou contestação, o mesmo não se pode dizer da solução apresentada para substituir as barracas do piso térreo por estruturas de vidro e metal. Em Julho, foi mesmo lançada uma petição online, intitulada “Salvar os pavilhões do Mercado do Bolhão”, que recolheu quase mil assinaturas. O Alexandre Gamelas, que com Catarina Santos, promoveu a petição, garante que não teve qualquer contacto da câmara, apesar de várias tentativas de contacto, pelo que os dois arquitectos pretendem apresentar as suas preocupações numa das próximas sessões da Assembleia Municipal.

Ao PÚBLICO, a assessoria de imprensa da Câmara do Porto garante que DRCN “não colocou qualquer condicionante” ao projecto que lhe foi apresentado.

 

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