Matosinhos duplica estacionamento pago, mas reduz os custos para moradores

Cartão de residente passa de 240 para 66 euros por ano. Câmara lança concurso para concessão do estacionamento por dez anos.

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Os novos parcómetros de Matosinhos vão permitir a gestão do estacionamento gratuito ~Hugo Delgado

A Câmara de Matosinhos vota segunda-feira uma proposta de alteração ao regulamento das zonas de estacionamento pago no concelho, que implica a duplicação do número de lugares com parcómetro e, em contraponto, uma redução substancial do valor a pagar pelos cartões de residente. Ao mesmo tempo será votado o caderno de encargos do concurso para a concessão, por dez anos, da exploração, manutenção e fiscalização das zonas tarifadas.

A Câmara de Matosinhos espera receber uma renda “simbólica” de cem mil euros anuais pela concessão, cujas receitas para o vencedor, estimadas 14,5 milhões de euros no total de dez anos, serão contrabalançadas com o forte investimento que terá de ser feito nos mecanismos de controlo e fiscalização do serviço. Aliás, a escolha do vencedor terá em conta, precisamente, o tipo e o volume de investimento previsto.

Ao contrário do que acontece no Porto, onde está a decorrer um processo semelhante, Matosinhos não exigirá nenhum pagamento à cabeça, tentando desta forma atrair concorrentes. Quem ganhar esta concessão vai ter de gerir o dobro dos lugares de estacionamento pagos actualmente existentes (passam de 557 para 1150) em ruas de Matosinhos, Leça, Senhora da Hora e São Mamede de Infesta, mas ficará também responsável por dois parques, em Matosinhos e São Mamede, nos quais a câmara pretende praticar preços simbólicos, de dois euros por dia no Verão e um euro no resto do ano.

O comunista José Pedro Rodrigues, vereador com o pelouro da mobilidade no executivo do independente Guilherme Pinto, explica que o objectivo, ao integrar estes dois parques no contrato, é oferecer uma alternativa para estacionamento de longa duração perto de zonas pagas que se se concentram em artérias com maior presença do comércio, e nas quais a autarquia pretende fomentar a rotatividade. Nesse sentido, onde houver parcómetros os primeiros quinze minutos serão sempre gratuitos, para apoiar os clientes e a pequena economia local e facilitar as cargas e descargas.

O controlo deste estacionamento de curta duração será feito nos parcómetros. José Pedro Rodrigues adianta que o concessionário terá de investir em novas máquinas, nas quais será possível inserir o número de matrícula da viatura. Outra forma de fomentar a rotatividade, nota o vereador, é a manutenção do preço da primeira hora nos 0,75 euros, e o aumento progressivo do preço das seguintes até à quarta hora - o tempo máximo de parqueamento permitido nesses lugares.

Outra das novidades do novo regulamento é a diminuição, substancial, do valor pedido pelos cartões de residente que, dos 240 euros actuais, passarão para 66 euros por ano. Segundo José Pedro Rodrigues, “esta é a mais uma prova” de que a câmara mais do que ganhar dinheiro, pretende “disciplinar o estacionamento, acabar com as transgressões”. Ao mesmo tempo, lembrou, estão a ser criadas condições para os chamados “modos suaves”, como as bicicletas, faltando, admite, associar a estas mudanças uma melhoria na oferta do transporte público, que a autarquia não controla.

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