Mais de metade dos residentes na região Centro está “satisfeita com a vida”

Resultados de um estudo elaborado pela CCDR mostram valores de satisfação superiores à média nacional, pelo segundo ano consecutivo.

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O grau de satisfação aumenta à medida que os inquiridos têm mais habilitações escolares Nelson Garrido

Os habitantes da zona de Leiria são os que encontram mais motivos para sorrir, mas o sentimento de “satisfação com a vida” estende-se à maioria dos residentes no Centro do país – que, tal como no ano passado, têm um indicador de satisfação superior à média nacional.

Segundo um estudo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, 58% dos residentes nesta região (em cerca de 500 inquiridos) estão “globalmente satisfeitos com a sua vida”. Destes, 7% estão “muito satisfeitos”. Os restantes dividem-se entre “não muito satisfeitos” (25%) e “nada satisfeitos” (17%), valores muito próximos dos registados em 2013, ano em que foi elaborado o primeiro Barómetro Regional.

Estes resultados “superam os valores médios obtidos pelo Eurobarómetro para o nosso país (50%)”, sublinha a CCDR Centro numa nota publicada na sua página de Internet.

O inquérito, realizado em Outubro deste ano, permitiu concluir que a maioria das pessoas está “satisfeita” ou “muito satisfeita” em seis das oito comunidades intermunicipais. Os habitantes de Leiria são os mais contentes com a vida (67,2%), seguidos dos da zona Oeste (66,7%) e de Aveiro (65,8%) – estes últimos eram os mais satisfeitos no ano passado.

Pelo contrário, apenas 50% das pessoas que moram nas zonas das Beiras e Serra da Estrela estão satisfeitas e em Coimbra 56,1% da população está “globalmente insatisfeita”.

A CCDR nota ainda que “as mulheres encontram-se menos satisfeitas do que os homens” e que os cidadãos na faixa etária dos 15 aos 24 anos são os mais satisfeitos, por oposição aos que têm 55 a 64 anos, os menos satisfeitos.

O grau de satisfação aumenta à medida que os inquiridos têm mais habilitações escolares e são mais activos. Como é natural, os domésticos e os desempregados são os mais insatisfeitos.

Citada pela Lusa, a presidente da CCDR Centro, Ana Abrunhosa, fala em resultados “bastante positivos” para a região, que resultam de três factores: “o reconhecimento de uma boa qualidade de vida; o facto de a taxa de desemprego ser, sistematicamente, a mais baixa do país e o elevado grau de qualificação da população, que facilmente é absorvida pelo mercado de trabalho”.

Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística, relativos ao terceiro trimestre deste ano, o Centro continua a ser a região com menor taxa de desemprego em Portugal (10,5%), abaixo da média nacional (13,1%), próxima da média dos 28 países da União Europeia (10,1%).

O emprego é simultaneamente o principal motivo de satisfação e de insatisfação entre os residentes. O segundo maior motivo de satisfação é a saúde, seguido pela vida familiar, a qualidade de vida e estabilidade e a posse de habitação. A população que se mostrou insatisfeita apontou como razões, além do desemprego, a crise e as políticas do Governo, a remuneração e reformas baixas, problemas de saúde e o custo de vida elevado.

O barómetro que a CCDR Centro lançou em 2013 avalia o progresso alcançado pela região em termos de crescimento, potencial humano, qualidade de vida, coesão e sustentabilidade ambiental e energética. O objectivo desta análise é a “eficácia na identificação de prioridades a assumir e trajectórias de progresso a percorrer”, segundo explicou o então presidente da comissão, aquando do lançamento.

 

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