Livraria Sá da Costa fecha no ano do centenário

A assembleia de credores realizada na passada segunda-feira não aprovou o plano de viabilização da empresa.

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A livraria integra a lista dos “bens imóveis de interesse municipal e outros bens culturais imóveis” de Lisboa José Sarmento Matos

A Livraria Sá da Costa, em Lisboa, foi declarada insolvente pelo Tribunal de Comércio de Lisboa e deverá fechar as portas nos próximos dias, pouco mais de um mês depois de ter comemorado o centésimo aniversário.

Segundo fonte do tribunal citada pela Lusa, a assembleia de credores realizada na passada segunda-feira não aprovou o plano de viabilização da empresa, que tinha sido apresentado no dia 2 de Julho, pelo que foi decretada a liquidação total. Essa liquidação concretizar-se-á com a venda de todo o património da Sá da Costa, para pagamento aos credores, e com a extinção da empresa.

Para sábado às 21h está marcado aquele que poderá ser o derradeiro acto da livraria situada na Rua Garrett, no Chiado: o lançamento do “Manifesto contra o desastroso encerramento das livrarias da Cidade de Lisboa no centenário da Livraria Sá da Costa”. O evento está a ser divulgado no Facebook e ao fim da tarde de ontem já mais de 800 pessoas tinham confirmado a sua presença.

Em 2010 a livraria tinha sido levada a leilão pelas Finanças, com uma base de licitação de 175 mil euros e no ano seguinte o tribunal decretou a venda judicial por um valor mínimo de 415.498 euros. Na ocasião terão sido apresentadas, segundo a Lusa, duas propostas, mas a venda da livraria não foi avante. Desde então a sua gestão foi assegurada por cinco funcionários, que têm promovido a realização de uma série de eventos para dinamizar o espaço.

A livraria surge na lista de “bens imóveis de interesse municipal e outros bens culturais imóveis” do Plano Director Municipal de Lisboa. O Fórum Cidadania Lisboa já manifestou o seu “profundo pesar” pelo encerramento de “uma das últimas livrarias históricas de Lisboa”, criticando “a total inoperância da política de urbanismo comercial por parte da CML [Câmara Municipal de Lisboa], ao não prevenir as situações nem tão pouco demonstrar interesse em as remediar”.
 

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