Lisboa ainda tem uma dezena de lavadouros públicos em funcionamento

Ao longo do tempo, a Câmara de Lisboa foi entregando a gestão de alguns lavadouros a entidades privadas.

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As poucas lavadeiras que ainda restam no bairro não acreditam na construção do centro social João Cordeiro

Ainda há vários locais para lavar roupa à mão fora de casa em Lisboa. Segundo dados do município e das juntas de freguesia, por toda a cidade continuam abertos uma dezena de lavadouros públicos. Muitos são também palco de iniciativas culturais, como concertos de fado ou peças de teatro.

Entre lavadouros, balneários e sanitários públicos, Lisboa tem 86 equipamentos, de acordo com fonte da Direcção Municipal de Projectos e Obras. Com a recente transferência de competências da câmara para as juntas, estas passaram a ser responsáveis pela gestão e conservação das infra-estruturas.

No Beato, por exemplo, há dois lavadouros – um na Quinta do Ourives, outro na Rua Gualdim Pais – onde muitas pessoas continuam a ir lavar roupa à mão. O primeiro, mais antigo, foi recentemente reabilitado. No segundo, existe também um balneário. “Temos uma zona com muitos sem-abrigo, que aproveitam estes locais para fazerem a sua higiene”, diz o presidente da junta de freguesia, Vítor Marques.

Só na freguesia de Santa Maria Maior há quatro lavadouros, um dos quais está em obras. “São sobretudo usados para lavar carpetes”, explica o presidente da junta, Miguel Coelho. Dois ficam situados em Alfama. “Temos tido algumas iniciativas culturais, como sessões de fado”, diz o autarca. Além de fazerem parte da história dos bairros, os lavadouros têm uma função social cuja importância se acentuou com a crise. “A despesa anual da junta com lavadouros, balneários e sanitários ronda os 180 mil euros e a receita é de seis mil euros”, diz Miguel Coelho.

Em Carnide, o lavadouro centenário da Estrada da Correia continua a ser procurado “por pessoas mais idosas e não só”, diz Paulo Quaresma, tesoureiro da junta de freguesia. O espaço transformou-se num local de convívio e acolhe iniciativas de cariz cultural aos fins-de-semana.

No Lumiar, permanece activo um lavadouro na zona histórica do Paço do Lumiar. Aos tanques colectivos juntaram-se recentemente algumas máquinas de lavar industriais, do tipo self-service. Também na freguesia de S. Vicente existe um espaço do género, actualmente em obras, bem como em Campolide.

Ao longo do tempo, a Câmara de Lisboa foi entregando a gestão de alguns lavadouros a entidades privadas. É o caso do lavadouro de Marvila, gerido pela Sociedade Recreativa de Marvila.

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