Laboratório da Habitação Básica avança na ilha da Belavista

Câmara do Porto vota protocolo para criação da estrurtura de apoio à reabilitação das ilhas da cidade.

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A Belavista, única ilha municipal do Porto, conseguiu resistir à degradação e vai ser reabilitada Adriano Miranda

O Laboratório da Habitação Básica e Social (LABH Social), projecto de reabilitação de ilhas do Porto que envolve equipas do curso de arquitectura da Escola Superior Artistica do Porto (ESAP) e do Instituto Superior de Serviço Social (ISSS), entre outros parceiros, vai ser instalado, como anunciado, num espaço na ilha da Belavista, casario de propriedade municipal. A autarquia liderada por Rui Moreira vota terça-feira, em reunião de câmara, o protocolo de colaboração com esta nova entidade, numa proposta do vereador da Habitação, o socialista Manuel Pizarro.

Como vinha sendo proposto por um dos seus fundadores, o antropólogo Fernando Matos Rodrigues, o LABH Social fará da ilha da Belavista um projecto experimental de reabilitação urbana, participado pelos moradores, que as partes esperam que venha a servir de exemplo para intervenções noutras ilhas. Todos os restantes núcleos habitacionais deste género, muitos em grande estado de degradação, pertencem a privados, mas a autarquia, através deste laboratório, espera convencê-los das potencialidades de intervenções com “materiais inovadores e a custos controlados”.

“A exploração de soluções de reabilitação e renovação urbanas terá como sustentação a participação da população directamente abrangida por esta intervenção, num processo cooperativo e participativo dos moradores e respectivas associações, quando existam”, lê-se no protocolo. E os técnicos do LABH Social já desenvolveram um projecto para a Belavista, seguindo a metodologia proposta. Envolveram os moradores, ouviram as suas queixas e anseios, e seguiram algumas das suas sugestões no desenho que, no caso, caberá à Câmara do Porto concretizar.

No acordo a votar na terça-feira, escreve-se que “mais de dez mil portuenses residem nas ilhas e noutros aglomerados similares de habitação popular”, mas é desconhecido o número exacto de ilhas que subsistem no Porto, um “retrato” que deverá estar pronto até ao final deste ano. Em todo o caso, a caracterização destes espaços que é feita no protocolo  - locais  “com condições de salubridade muito deficientes, e para os quais é imperioso encontrar soluções alternativas e duradouras de reabilitação” - não estará nada longe da realidade, o que para os parceiros do projecto exige que se encontrem respostas para “os problemas sociais, regulamentares, técnicos e de financiamento”, que a sua reabilitação coloca.

O recurso a fundos comunitários é apontado como solução possível para algumas das intervenções. O ISSS é o parceiro institucional responsável por assegurar a gestão e o apoio institucional ao LAHB Social, integrando-o no Centro de Investigação em Ciências do Serviço Social. Nele estão envolvidos docentes investigadores deste instituto, do Mestrado Integrado em Arquitetura da ESAP, alunos dos vários ciclos de formação do ISSSP, bem como investigadores do Centro de Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho e da Bergen School of Architecture, da Noruega.

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