A Quinta da Alfarrobeira será a futura sede da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa, um espaço do século XVIII que a autarquia pretende também abrir à cidade.

Com dois hectares, a antiga quinta situa-se na Rua António Saúde, é composta por um vasto jardim, com um lago e um alpendre, e por um edifício que há cerca de uma década era utilizado pelo Exército, para alojar vários serviços.

O local esteve entretanto sem manutenção durante oito anos, encontrando-se num “cenário de abandono e destruição”, após ter sido vandalizada várias vezes (com furto de objectos como candeeiros, torneiras, materiais com cobre e figuras religiosas), contou à agência Lusa o presidente da Junta de São Domingos de Benfica, António Cardoso.

Em Julho, a Câmara de Lisboa cedeu o espaço àquela autarquia, que vai, em 2015, servir para colocar todos os serviços da freguesia, como o centro clínico, que “está no Bairro do Calhau, onde não existe acesso”, indicou António Cardoso.

Segundo o autarca, a transferência deve-se também ao facto de a actual sede ser pequena para receber os funcionários que vieram da câmara, no âmbito da transferência de competências.

O objectivo passa ainda por abrir o espaço “ao público, especialmente aos fregueses”, frisou, referindo que a quinta “tem um potencial enorme” para actividades como concertos de jazz, exposições, aulas de pintura, de olaria e de azulejos. No jardim, mais concretamente junto à casa do guarda, pretende criar um bar e uma esplanada.

As obras começaram há cerca de três semanas, com a limpeza do mato do jardim, poda das árvores e intervenções nas paredes e no soalho.

Sem indicar o custo da empreitada, justificando que ainda está numa fase de descoberta de património, António Cardoso acredita que a nova sede da junta estará em funcionamento em meados do próximo ano.

A Quinta da Alfarrobeira está classificada como Imóvel de Interesse Público pela Direcção-Geral do Património Cultural, devido às fachadas, ao portão de entrada no pátio, à capela, às telas que possui e a todos os elementos artísticos de arquitectura e escultura que estão dispersos no jardim e no parque, segundo a informação que consta na página da internet desta entidade.

Por isso, a Junta de Freguesia solicitou “uma reunião prévia [à DGPC] para esclarecimentos sobre metodologias de reabilitação do espaço”, explicou o organismo, numa resposta escrita enviada à Lusa.