Junta de Alvalade promove apresentações sobre Zonas 30, para não repetir erros do Bairro das Estacas

A freguesia vai ter sete Zonas 30 nas quais, através de sobrelevação da via nas entradas e saídas dos bairros e nos locais onde há acidentes, se pretende alcançar uma acalmia do tráfego.

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No Bairro das Estacas os trabalhos começaram em Outubro Daniel Rocha

Numa coisa a Câmara de Lisboa e a Junta de Freguesia de Alvalade estão de acordo: não correu bem a criação de uma Zona 30 no Bairro das Estacas, cujas obras deviam ter ficado concluídas no início de Janeiro mas ainda estão em curso. Para garantir que o problema da falta de envolvimento dos moradores não se repete, a junta está a promover sessões de apresentação das restantes intervenções previstas para a freguesia.

Os trabalhos no espaço público do Bairro das Estacas, junto à Avenida de Roma, começaram em Outubro passado, sem que fosse dada qualquer informação à população sobre o seu objectivo ou data de conclusão. Só um mês depois de as obras terem arrancado é que passou a estar disponível no site da câmara uma nota explicando que se tratava de uma “empreitada de ‘moderação da circulação/Zona 30”.

O vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa reconhece que este processo “correu mal”, ao contrário do que considera ter acontecido no Bairro do Charquinho, em Benfica, onde foi inaugurada uma Zona 30 em Outubro de 2013. No caso de Alvalade, João Afonso lamenta a falta de informação, que segundo diz levou a situações de “conflito” e impediu que os moradores pudessem dar os seus contributos e pronunciar-se sobre algumas das opções tomadas. 

Já o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade lembra que o processo começou antes de tomar posse, pelo que a sua actuação não podia ter sido outra. Ainda assim, André Caldas frisa que fez distribuir folhetos sobre a intervenção e que foi por iniciativa sua que uma artéria que estava previsto que passasse a ter apenas um sentido continuasse a ter dois, para facilitar o acesso ao mercado da Rua Antero de Figueiredo.

A obra no Bairro das Estacas tem um custo de cerca de 90 mil euros e um prazo de execução estimado de 90 dias, prazo que a Câmara de Lisboa diz ter sido ultrapassado devido “às más condições climatéricas”, que impediram “pavimentações e a pré-marcação de sinalização horizontal no pavimento”. A nova previsão, segundo informações do gabinete do vereador das Obras, Jorge Máximo, é que “fiquem concluídos no final deste mês, caso as condições meteorológicas o permitam”.

O principal objectivo dessa intervenção é fazer com que os automobilistas reduzam a sua velocidade de circulação, para um máximo de 30 kms/hora. André Caldas explica que, no essencial, isso será conseguido através da sobrelevação da via nas entradas e saídas do bairro e nos locais com maior sinistralidade rodoviária. O presidente da junta não tem dúvidas de que tal “obriga a uma diminuição da velocidade” e traz “melhorias na circulação pedonal”. 

Nas últimas semanas, a junta tem promovido sessões de apresentação sobre as outras seis Zonas 30 que vão nascer em Alvalade. A última sessão acontece esta quarta-feira, às 18h, e refere-se ao Bairro de São Miguel. “Se vamos mexer no território onde as pessoas vivem devemos ouvi-las e debater”, justifica André Caldas, acrescentando que será essa a sua postura ao longo de todo o mandato, sempre que haja “intervenções no espaço público”.

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