Jardim Botânico de Lisboa com anfiteatro e espaços reabilitados em 2016

A recuperação do jardim da Faculdade de Ciências, na Escola Politécnica, foi uma das candidaturas que venceu o orçamento participativo de 2013.

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A recuperação do Jardim Botânico é uma das propostas colocadas à votação dos cidadãos HÉlder Olino

O Jardim Botânico da Faculdade de Ciências, em Lisboa, vai ganhar um pequeno anfiteatro e ter espaços renovados no âmbito do projecto de reabilitação, cujas obras deverão iniciar-se no final deste ano e durar entre seis e nove meses.

O jardim, classificado como monumento nacional, encontra-se degradado devido à insuficiente manutenção originada pela “temporária falta de pessoal”, explicou à agência Lusa José Pedro Dias, director do Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) da Universidade de Lisboa, que gere o espaço.

Por isso, vai ser agora reabilitado, no seguimento de uma candidatura vencedora ao Orçamento Participativo da Câmara de Lisboa, em 2013, que garantiu um financiamento de 500 mil euros.

Apesar ter passado já algum tempo, “as coisas nunca estiveram paradas”, assegurou José Pedro Dias, indicando que desde essa altura o museu está em contacto com o município para definir as intervenções.

As obras incidem só sobre a zona do arboreto, que ocupa três dos quatro hectares do jardim com árvores de maior dimensão, e assentam na “recuperação das infra-estruturas” como caminhos, sistema de rega e rede de escoamento das águas pluviais e ainda na instalação de electricidade e internet, apontou o responsável.

“Vai também ser recuperado o lago de baixo, que está, neste momento, seco porque está fracturado”, referiu.

De acordo com José Pedro Dias, “a única coisa nova que vai surgir no jardim” é um pequeno anfiteatro, na parte central do arboreto, que será usado para espectáculos.

Acresce que, além da entrada pela Rua da Escola Politécnica, onde vai ser recuperada a zona da esplanada, o projecto prevê a “semiabertura” da ligação à Praça da Alegria, por onde os visitantes apenas poderão sair.

O director admitiu temer que o jardim não esteja pronto no prazo previsto e tenha de encerrar no verão do próximo ano, quando há mais visitantes no jardim e, consequentemente, mais receita (ascendendo aos 100 mil euros).

Quando as obras acabarem, o museu vai captar financiamento para a renovação da sinalética das plantas, comprometendo-se ainda a criar duas zonas de relvado.

Paralelamente, vai ser recuperado o observatório astronómico – situado junto à zona do jardim que era usada para o ensino da botânica, denominada classe –, uma obra de 200 mil euros financiados pela Universidade de Lisboa, que deve começar entretanto, segundo José Pedro Dias.

O responsável espera que as obras renovem o Jardim Botânico, até porque coincidem com a chegada de três jardineiros, até ao final deste ano, para auxiliar o único existente.

Sem data prevista nem financiamento garantido está a recuperação dos caminhos, dos túneis subterrâneos e dos edifícios na zona da classe, enquadradas na segunda fase de reabilitação.

José Pedro Dias exemplificou, como possível forma de financiamento, a concessão dos espaços ali existentes para loja e cafetaria.

O vereador da Estrutura Verde da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, congratulou-se com a iniciativa: “É mais um jardim de Lisboa arranjado e é isso que interessa à cidade”.

O autarca afirmou à Lusa que este é o “melhor projecto possível para a primeira fase”, deixando em aberto a hipótese de a autarquia financiar a segunda fase da reabilitação.

Porém, salientou que “o Estado também tem aqui obrigações”.

A apresentação pública do projecto de reabilitação do Jardim Botânico realiza-se na quinta-feira, às 19h00, no palmário do jardim.

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