Guimarães vai ao cinema falar sobre lixo

Durante o fim-de-semana realiza-se ainda uma Ecofeira, com venda de produtos biológicos.

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Recolha selectiva de lixo pode dar direito a mais napos, propõe autarquia Reuters

Os próximos três dias vão ser passados, em Guimarães, a discutir o lixo que produzimos. O mote para o debate são nove documentários, de realizadores de várias nacionalidades, com o tema dos resíduos como ponto em comum entre eles. Este ciclo de cinema chama-se Ecorâmicas e é uma iniciativa da Associação Vimaranense de Ecologia (AVE) com o intuito de “suscitar novas reflexões” sobre questões ambientais.

Este é o terceiro ano das Ecorâmicas, que nasceram com o objectivo de promover o debate à volta dos “temas fortes” da ecologia, conta o presidente da AVE, José Cunha. Este ano os resíduos são o tema, depois de o ciclo anterior ter sido dedicado à alimentação. Alguns dos filmes levantaram a questão do desperdício alimentar e despertaram a vontade de aprofundar o debate dessa questão”, explica o mesmo responsável.

Até domingo, os filmes projectados no auditório da cooperativa municipal Fraterna, no bairro de Couros, são seguidos de debates e tertúlias. Um dos grandes destaques da programação (sábado, 17h00) é “Trashed – Para onde vai o nosso lixo?”, um filme da britânica Candida Bradu, que acompanha uma viagem do actor Jeromy Irons pelas lixeiras e espaços de tratamento de resíduos do mundo. É uma oportunidade rara de ver uma obra que venceu vários prémios em festivais da especialidade nos últimos dois anos, mas que não passou nas salas portuguesas.

No domingo (15h00), a proposta é “Comprar, descartar, comprar – a história secreta da obsolência planeada”, da italiana Cosima Dannoritzer. Há ainda filmes do Brasil, Alemanha e Escandinávia na programação. Esta sexta-feira, dia de abertura das Ecorâmicas é dedicado às escolas, com a projecção de “Lixo extraordinário” de Lucy Walker (Brasil, 2010).

À projecção dos documentários, a organização associa outras propostas capazes de “chamar mais gente”. Durante o fim-de-semana realiza-se uma Ecofeira, com venda de produtos biológicos, na entrada do auditório onde decorrem as sessões de cinema. Ao mesmo tempo haverá algumas iniciativas sobre resíduos, como oficinas de reutilização de óleos alimentares ou papel, por exemplo. O programa paralelo inclui também performances dos alunos da licenciatura de teatro da Universidade do Minho, concertos e exposições de esculturas feitas com resíduos. O evento finaliza, no domingo, com um jantar num local improvável, ainda em segredo, servidos, às 20h00, pelo restaurante vegetariano e biológico Cor de Tangerina.

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