Guimarães 2012 teve impacto positivo de 85 milhões de euros no PIB

Equipa da Universidade do Minho avaliou impacto económico do evento.

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Guimarães foi capital da cultura em 2012 Adriano Miranda

O investimento feito na Capital Europeia da Cultura de 2012 teve um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB) de 85 milhões de euros.

O resultado foi apurado por uma equipa da Universidade do Minho (UM), que avaliou o evento ao longo do último ano e meio e que foi divulgado nesta quinta-feira. As conclusões dos investigadores apontam ainda um “lucro” de 3,6 milhões de euros para as contas públicas e um impacto superior ao previsto junto da população rural do concelho.

Os cálculos foram feitos com base num modelo de avaliação input-output semelhante ao usado noutras grandes realizações, como os Jogos Olímpicos ou os Campeonatos do Mundo de Futebol. O efeito multiplicador do dinheiro investido no ano passado na Guimarães 2012 resultou num impacto positivo de 85 milhões de euros no PIB nacional, concluem os investigadores da Escola de Economia e Gestão da UM.

O mesmo estudo aponta também para um acréscimo de receitas no sector do turismo de 12,4 milhões de euros, o que representa um crescimento de 23,5% em relação à média dos três anos anteriores.

Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira, a Guimarães 2012 deu “lucro” às contas públicas. O Estado colocou 27,1 milhões de euros no evento que resultaram em receitas fiscais de 30,7 milhões relativas a IVA, IRC e contribuições para a Segurança Social. O saldo é, por isso, positivo em 3,6 milhões de euros para o Orçamento de Estado. O mesmo relatório de impactos económicos da Capital Europeia da Cultura de 2012 demonstra ainda que foram criados 2111 postos de trabalho de duração anual devido ao evento. De resto, segundo João Cerejeira, investigador da UM, o evento “permitiu que o desemprego em Guimarães crescesse a um ritmo inferior ao do distrito”.

O estudo sobre os impactos da Guimarães 2012 no tecido social de Guimarães foi realizado por uma equipa multidisciplinar de 18 investigadores da UM que, além de elementos da Escola de Economia e Gestão, incluiu também elementos da Escola de Engenheira e do Instituto de Ciências Sociais.

Um dos instrumentos de avaliação usados pelos investigadores de Ciências Sociais foi uma sondagem aplicada a todo o concelho de Guimarães, com uma margem de erro de 5%. O estudo “permite ter uma ideia da forma como a CEC tocou as pessoas no seu quotidiano”, explica o coordenador Albertino Gonçalves. De resto, ao contrário do que o próprio sociólogo admite ser “expectável”, o relatório aponta para “níveis muito semelhantes” de impacto da Guimarães 2012 no concelho, sem que haja diferenças muito significativas entre as populações da cidade, das vilas e das freguesias rurais. “O fosso que podia esperar-se não existe”, sublinha.

Esta sondagem revela que 66,6% dos vimaranenses assistiram a pelo menos um evento da Guimarães 212 e que, em média, cada habitante do concelho esteve em cinco realizações integradas no programa da Capital da Cultura. Além disso, 40% dos habitantes do concelho de Guimarães tiveram pelo menos um elemento do seu agregado familiar a participar directamente num dos espectáculos da Guimarães 2012. De resto, o sociólogo Albertino Gonçalves considera o envolvimento da comunidade como “um dos aspectos de maior sucesso do projecto” da Capital.
 

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